Entenda para que servem as calotas que estão de volta à F1
Novidade para a temporada de 2022, as calotas voltam depois de 12 anos. Entenda qual é sua função
A F1 em 2022 traz várias alterações em relação ao pneu. Além da questão da mudança do aro 13 para o aro 18, algo que vem chamando a atenção, há outra novidade: a volta das calotas na categoria. Mas, para entender para que serve esta mudança, é preciso entender quem trouxe as calotas para a F1 e a sua função.
O primeiro registro de uso de uma calota na categoria é datado de 1990. Durante a qualificação para o GP da Itália, a Ferrari usou uma solução de uma “tampa” com um furo no meio, para que se pudesse tirar as rodas. Mas devido ao superaquecimento dos freios, a equipe não pôde usar em corridas. A ideia era simples: com o uso da calota, a roda geraria menos turbulência, ajudando a gerar um menor arrasto para o carro e por consequência, ir mais rápido.
As calotas só iriam retornar após 16 anos, novamente com a Ferrari, no GP do Bahrein de 2006. A equipe italiana apareceu com a solução nos pneus traseiros, com um vão no meio, em parte bem parecido com a solução de 1990. Usando em algumas etapas durante aquele ano, mesmo com protestos pesados da Renault, que não surtiram efeitos. Toro Rosso e Toyota foram outras que experimentaram ainda naquele ano.
Em 2007, a Ferrari inovou novamente com sua invenção: criou uma estrutura complexa que não mexia para as rodas dianteiras, que sofriam mais com superaquecimento dos freios, essa solução tinha uma tampa levemente côncava e com uma pequena abertura. Era uma peça bem complicada: o ar que entrava pelo duto do freio para resfriar, acabava sendo direcionado por essa pequena abertura. Toda a estrutura da calota era ligada diretamente à roda. Por isso, a montadora italiana teve também que mudar a porca e a pistola para o acoplamento ficar perfeito na hora das trocas de pneus.
Em 2008, a própria Ferrari também colocou uma espécie de palheta por fora da calota para ajudar no fluxo de ar. Mas, tirando isso, não tivemos grandes mudanças na filosofia italiana. Porém foi a vez de várias equipes inovarem neste sentido: Toyota, McLaren, BMW Sauber e Honda foram algumas que ainda fizeram algumas inovações, cada uma com as necessidades dos seus carros em relação a aerodinâmica. Assim, basicamente as calotas viraram mais uma peça complexa no jogo da época, além de gerar ainda mais turbulência para os carros que vinham de trás.
Em 2009, mesmo com as mudanças de regulamentos, elas foram mantidas. Mas para 2010, proibidas: a roda não poderia mais ser uma peça aerodinâmica. Mas então porque elas estão voltando em 2022?
Sua primeira aplicação é para realmente que gere menos turbulência, não só em relação ao carro pensando de uma forma individualista, mas também em caso de uma perseguição. Essas peças passaram a ser padronizadas, além de ter uma aleta acoplada que tende a diminuir o arrasto, as equipes não podem mexer. Além da F1 anunciar um acordo com a BBS para o fornecimento de rodas padrão para todas as equipes, isso impede que os projetistas tentem mexer nessa parte, as únicas alterações possíveis são na decoração da calota, aí cada equipe pode fazer a sua.