Script = https://s1.trrsf.com/update-1765224309/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Como a McLaren perdeu o campeonato de construtores de 1999

Melhor carro da temporada, a McLaren sofreu para vencer o título de pilotos e perdeu o de construtores para a Ferrari

1 nov 2021 - 09h20
Compartilhar
Exibir comentários
Mika Hakkinen no GP do Brasil
Mika Hakkinen no GP do Brasil
Foto: F1 / Twitter

Nem sempre ter o melhor carro garante o título. Se muita coisa der errado durante o ano, uma zebra pode aparecer. Mas, o que chama a atenção no caso da McLaren de 1999, era que a equipe tinha tudo para vencer o título de pilotos e construtores com tranquilidade, ainda mais depois que Michael Schumacher, a estrela da Ferrari na época, sofreu um acidente e ficou de fora em seis corridas.

Em 12 das 16 etapas daquele ano, a McLaren teve algum problema. Comecemos pelo GP da Austrália, quando a McLaren tinha feito 1-2 na qualificação e ainda teve a sorte de Michael Schumacher, que era terceiro no grid, largou em último por problemas. Mas os bons fluidos acabaram logo: primeiro David Coulthard que era segundo, abandonou na volta 15 por problemas hidráulicos. Três voltas depois, Mika Hakkinen abandonou por um problema no acelerador. A vitória desse GP ficou com Eddie Irvine, da Ferrari.

No GP do Brasil, Mika Hakkinen e David Coulthard voltaram a fazer 1-2 na qualificação, com uma vantagem de 0s737 para o segundo. Mas na largada, Coulthard teve problemas, caiu para o fim do grid e depois quebrou. Hakkinen venceu a prova, conseguindo os primeiros 10 pontos da McLaren.

No GP de San Marino, novamente a história se repetiu na qualificação, mas com Michael Schumacher a apenas 0s122 de diferença. Ainda assim, a corrida começou bem para a McLaren, conseguindo manter seus dois carros à frente. Porém Hakkinen cometeu um erro na chicane que levava a reta de chegada na volta 17, depois Michael Schumacher conseguiu roubar a liderança do britânico na estratégia de pit-stop e venceu.

O GP de Mônaco foi a primeira vez que a McLaren não fez 1-2, com Hakkinen ficando com a pole, Schumacher em segundo, Coulthard em terceiro e Irvine em quarto. Mas logo na largada, os carros da Ferrari deram o bote, assumindo a primeira e a terceira posição. Para piorar, Coulthard abandonou novamente por problemas de câmbio, Hakkinen passou em cima do óleo e escorregou, dando o segundo lugar para Eddie Irvine.

Michael Schumacher no GP de Mônaco
Michael Schumacher no GP de Mônaco
Foto: Ferrari / Twitter

O GP da Espanha foi o primeiro que deu tudo certo para a McLaren: Hakkinen fez a pole com Coulthard em terceiro, mas logo na largada, o britânico assumiu a segunda posição. Foi um passeio, com direito a dobradinha e nem dando chance para a concorrência. O GP do Canadá foi o primeiro que Hakkinen não fez a pole. Ele largou em segundo atrás de Michael Schumacher, mas a sorte lhe sorriu na volta 29, quando o alemão bateu na curva que hoje é chamada de “Muro dos Campeões” e deixou a vitória para Hakkinen.

No GP da França, a qualificação foi debaixo de chuva. Coulthard largou em quarto e Hakkinen em décimo segundo. Mas a prova começou com pista seca e Coulthard assumiu a liderança com quatro voltas, enquanto Hakkinen progrediu rapidamente. Na volta 9, um problema elétrico tirou Coulthard da prova, enquanto Hakkinen assumiu a segunda posição, apenas atrás de Barrichello (Stewart).

A chuva começou e Hakkinen se manteve em segundo até a volta 38, quando rodou. A pista voltou a secar, o finlandês contou com problemas no volante de Schumacher e conseguiu chegar em segundo. Só não ultrapassou Frentzen (Jordan) porque ele tinha um tanque maior e não precisou parar para fazer o reabastecimento.

O GP da Grã-Bretanha foi um ponto chave para a temporada em geral. Hakkinen novamente voltou a ser pole, com Schumacher em segundo. Mas logo na largada, Schumacher perdeu duas posições e quando tentava se recuperar, seu freio falhou e bateu a mais de 300 km/h, quebrando a perna e afastado por mais seis corridas, sendo substituído por Mika Salo.

As coisas pareciam estar controladas para a McLaren, com Hakkinen em primeiro, Irvine em segundo e Coulthard em terceiro. Mas a equipe acabou errando com o finlandês, que saiu com a roda solta de uma parada e teve que abandonar. A “sorte” do time foi que Coulthard conseguiu ultrapassar Irvine e venceu a prova.

Sem Schumacher na jogada, era esperado que as coisas ficassem mais fáceis para a McLaren, mas não foi isso que aconteceu. A etapa seguinte foi na Áustria. Hakkinen e Coulthard voltaram a fazer 1-2 na qualificação, com mais de um segundo de vantagem para  Irvine. Mas logo na primeira volta, Coulthard freou tarde na curva 3 e bateu no carro de Hakkinen que rodou e caiu para último.

Irvine ainda conseguiu passar Coulthard na estratégia de pit-stop, fazendo com que o britânico ficasse 32 voltas pressionando para tentar a vitória, sem sucesso, enquanto Hakkinen conseguiu se recuperar e chegar em terceiro. O GP da Alemanha novamente parecia uma boa chance para a McLaren: Hakkinen fez a pole, com Frentzen (Jordan) em segundo, Coulthard em terceiro e os dois carros da Ferrari em quarto e quinto bem atrás, com Mika Salo a frente.

Em uma situação dessas, uma dobradinha da Ferrari seria improvável, não é? Mas foi bem isso que aconteceu. O primeiro motivo foi uma bela largada de Salo, que assumiu a segunda posição, Coulthard começou a pressionar o piloto da Ferrari, mas na volta 10 ele acabou tendo um toque que quebrou a asa dianteira, lhe custando várias posições,  terminando apenas em quinto. Mas Hakkinen, que liderava a prova com folga, teve um pneu furado e bateu, abandonando a prova. Irvine ultrapassou Salo por ordem da equipe e venceu a prova.

Até aquele momento no campeonato, a McLaren não tinha assumido o primeiro lugar nos construtores. Mas a coisa piorou, pois Irvine assumiu a liderança no campeonato de pilotos, o que parecia algo improvável. Ao final do GP da Alemanha, Irvine era líder com 52 pontos contra 44 de Hakkinen, a Ferrari liderava os construtores com 90 pontos contra 74 da McLaren.

Nos GPs da Hungria e da Bélgica, tudo ocorreu mais dentro da normalidade para a equipe britânica, Hakkinen fez duas poles, com duas dobradinhas da equipe, não dando chance para a Ferrari. A única diferença foi que no GP da Bélgica, Coulthard foi quem venceu. Isso somado com Irvine em terceiro e quarto respectivamente, enquanto Salo nem pontuou, colocou Hakkinen na liderança do campeonato novamente, com 60 pontos contra 59. A McLaren assumiu os construtores, com 106 pontos contra 97.

A F1 iria para suas últimas quatro etapas com nada decidido. O primeiro GP da sequência foi o da Itália, na casa da Ferrari, onde o clima não estava bom para a equipe Maranello. Na qualificação, Salo foi sexto, enquanto Irvine foi oitavo. A McLaren, por outro lado, foi muito bem, mais uma pole para Hakkinen, que seria sua décima primeira e última na temporada. Coulthard foi terceiro.

Mas na corrida as coisas foram mudando. Primeiro que Coulthard largou mal e caiu para sexto. Hakkinen manteve a liderança e parecia mais uma vitória fácil para ele. Só parecia, pois na volta 29, Hakkinen errou uma marcha e rodou na primeira perna da antiga chicane. O câmbio quebrou e ele ficou por lá mesmo, saindo desesperado do carro. Com isso, a vitória ficou para Frentzen (Jordan). A sorte da McLaren foi que a Ferrari não teve um grande dia também: Salo foi quarto e Irvine apenas o sexto.

Mika Hakkinen rodando no GP da Itália
Mika Hakkinen rodando no GP da Itália
Foto: F1 / Twitter

Agora o campeonato de pilotos estava empatado matematicamente, com Hakkinen e Irvine tendo 60 pontos, o finlandês tinha vantagem por ter mais vitórias, Frentzen chegou em 50 e se tornou momentaneamente um candidato ao título. Nos construtores, a McLaren ainda liderava, com 108 pontos contra 102 da Ferrari.

O GP da Europa aconteceu em Nurburgring. Na qualificação, Frentzen conseguiu fazer a pole. Este foi um dos GPs mais malucos que a F1 já teve: Frentzen abandonou, a McLaren errou a estratégia de seus pilotos e Coulthard ainda rodou e abandonou. Hakkinen não teve uma grande performance e terminou em quinto. Para a sorte da McLaren, a Ferrari também errou em um dos pit-stops de Irvine, que só terminou em sexto. Com isso, Irvine conseguiu abrir um ponto de vantagem e a McLaren foi para 110 contra 103 dos italianos.

A F1 foi para suas duas etapas na Ásia. A primeira parada foi na Malásia, no que seria o primeiro GP no país. Na pista nova, a Ferrari deu as cartas, com a volta de Michael Schumacher fazendo a pole com quase um segundo de vantagem para Irvine. Coulthard foi terceiro e Hakkinen o quarto. Nas primeiras voltas da corrida, Schumacher já entregou a primeira  posição para Irvine e perdeu a segunda posição para Coulthard, que estava mais leve, mas seu objetivo era segurar Hakkinen.

Na volta 15, Coulthard pressionava Irvine para roubar a liderança. Mas um problema na bomba de combustível acabou fazendo o britânico abandonar. O resto da corrida foi resumida em Irvine abrindo na frente, com Schumacher segurando Hakkinen. Ele só fez uma parada, enquanto os outros dois foram para duas. Coube a Schumacher entregar a posição novamente e dar a vitória para Irvine, com Hakkinen chegando em terceiro.

Michael Schumacher e Eddie Irvine comemorando a vitória na Malásia
Michael Schumacher e Eddie Irvine comemorando a vitória na Malásia
Foto: F1 / Twitter

A F1 finalmente chegou à última etapa. A situação no campeonato de pilotos era favorável  a Irvine por quatro pontos (70 contra 66). Frentzen acabou abandonando na Malásia também, então não tinha mais chances de título. Nos Construtores, a Ferrari tinha recuperado a liderança,  com 118 pontos contra 114 da McLaren.

A qualificação foi muito boa para a McLaren: Schumacher fez a pole, porém Hakkinen e Coulthard foram segundo e terceiro, com Irvine em quinto. Mas tudo mudou já na largada, com Hakkinen assumindo a ponta. Olivier Panis (Prost) veio de sexto e assumiu o terceiro lugar, Irvine ficou com o quarto e Coulthard caiu para o quinto. As posições se mantiveram assim por algum tempo até a parada de Panis, com Irvine e Coulthard subindo uma posição cada. As coisas ainda melhoraram para a McLaren, após Coulthard conseguir passar Irvine na estratégia de paradas. Com isso, a McLaren estava levando os construtores, com 128 contra 127 da Ferrari.

Mas Coulthard abandonou na volta 31, com problemas de câmbio, dando adeus às chances de construtores da McLaren. Ainda assim, Hakkinen estava vencendo e conquistando o título de pilotos. A única esperança era Michael Schumacher conseguir ultrapassá-lo, mas em nenhum momento o alemão conseguiu ameaçar. Hakkinen cruzou em primeiro, levando o título com 76 pontos contra 74 de Irvine.

Mika Hakkinen comemorando seu bicampeonato
Mika Hakkinen comemorando seu bicampeonato
Foto: F1 / Twitter

Os construtores ficaram mesmo com a Ferrari, com 128 pontos contra 124, o primeiro título da equipe desde 1983. A McLaren tinha levado os construtores no ano anterior e nunca mais até a data da publicação deste texto conseguiu essa façanha.

Parabólica
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade