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Chefe da Mercedes F1: “Algumas equipes terão ano doloroso”

Diretor Técnico da Mercedes prevê que alguns times terão dificuldades na interpretação do novo regulamento

24 jan 2022 - 22h59
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Projeção de carro de 2022 com a pintura da Mercedes de 2021
Projeção de carro de 2022 com a pintura da Mercedes de 2021
Foto: Mercedes-AMG F1 / Twitter

O assunto mais recorrente no universo da Fórmula 1 quando se fala na temporada de 2022 é a mudança do regulamento técnico da categoria. Pudera: trata-se da mudança mais profunda desde 2009, pelo menos. O novo regimento técnico prevê uma mudança drástica na geração de downforce dos carros com o intuito de facilitar a aproximação e as disputas em pista, o que muda completamente a concepção dos chassis. Além disso, os novos pneus, com rodas maiores, forçarão alterações também na parte de suspensão e freios. 

O resumo da ópera é que as equipes estão trabalhando do zero para construir um carro completamente diferente daqueles feitos até o passado. Isso dá margem para zebras como a então novata Brawn GP, que assombrou a F1 em 2009 ao se aproveitar de uma brecha do regulamento e ser mais rápida que todos os concorrentes. O inverso também é verdadeiro, com a possibilidade de uma equipe potencialmente forte errar a mão e fazer um carro inferior aos rivais. Há quem aposte nisso, inclusive. 

James Alisson, o Diretor Técnico da Mercedes-AMG e o homem responsável pelos carros campeões da Fórmula 1 desde 2017, é um que acha que algumas equipes vão sofrer para se adaptar ao novo regulamento: “Eu imagino, dado que os carros serão tão novos e diferentes, que um ou dois carros do grid vão acabar sendo bem ruins e terão um ano terrivelmente doloroso”, afirmou, em vídeo institucional da Mercedes sobre a nova temporada. 

Alisson falou como esse momento é propício para novas ideias surgirem, e que os outros terão que correr atrás de quem inovar mais (e melhor): “Imagino que todos nós, em certa medida, deixamos algumas coisas passarem porque nós simplesmente não prevíamos. E vamos olhar para os outros carros e falar ‘nossa, por que não pensamos nisso?’” 

O engenheiro, com passagens por Benneton, Ferrari, Renault e Lotus, falou mais sobre as oportunidades e riscos que os novos parâmetros podem trazer: “Quando tudo é tão novo assim, em qualquer lugar que você olhe do livro do regulamento, que tem o dobro da grossura do anterior, existe uma oportunidade. Existe oportunidade, mas também, claro, existe perigo.” 

Comparando a nova fase da F1 a uma nova fase de um videogame, Alisson explicou o processo de desenvolver um carro do zero nesse novo cenário: “Nós tentamos buscar nosso caminho nesse potencial campo minado e coletar todas as caixinhas de tesouro que podem estar instaladas perto das minas, e terminar com um carro que, esperamos, nos deixe na parte frente do grid”. 

Se a vida de um engenheiro de Fórmula 1 já é bastante atribulada normalmente, isso vai tomar uma nova dimensão em uma temporada ainda mais aberta a inovações e criatividade que o comum. Alisson, experiente, sabe bem disso: “Vai ser uma correria e definitivamente algo que vai nos impedir de ter um bom sono por toda a temporada”. 

No entanto, nem a falta de sono, nem o risco de perder a hegemonia entre os construtores, preocupam o homem por trás do sucesso da Mercedes na Fórmula 1: “Quando o regulamento muda de forma tão profunda quanto agora, nós abordamos isso com a diversão e o prazer que o desafio merece”, concluiu. 

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