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Teste: Volkswagen Virtus GTS entrega o que promete

Com 22 cavalos a mais do que a versão Highline, a esportividade e o conforto fazem a essência do sedã compacto Grã-Turismo

20 fev 2020 - 06h00
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Virtus GTS: o preço é salgado, mas ele cumpre o que promete.
Virtus GTS: o preço é salgado, mas ele cumpre o que promete.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O Virtus GTS completa a linha de sedãs Volkswagen no Brasil, posicionando-se entre as versões “normais” do próprio Virtus e do Jetta. Tanto assim que o primeiro sedã GTS da Volks pode atrair compradores tanto do andar de baixo quanto do andar de cima. Os números comprovam. Mas eles não revelam toda a essência do Virtus GTS. Pela primeira vez, a Volkswagen do Brasil conseguiu criar um sedã compacto de nível premium. No passado já tivemos o Santana Executivo -- o primeiro com motor 2.0i --, mas sua proposta era outra: como o nome já dizia, entregava luxo e não esportividade. Além disso, era um sedã do segmento médio.

Tivemos oportunidade de rodar por muitos quilômetros em diferentes estradas e também na cidade com o Virtus GTS. O carro mostrou o comportamento que se esperava de um Grã-Turismo, em alguns aspectos superior ao Polo GTS, seu irmão de grife. No trânsito urbano, o Virtus GTS é especialmente dócil, pois entrega um bom torque (250 Nm) numa grande faixa de rotações, já a partir de 1.500 giros no motor. Na prática, basta um leve toque no acelerador para que o Virtus demonstre sua agilidade, sempre pronto às solicitações do motorista. O melhor, porém, é que o Virtus GTS não é bruto, não assusta quem o conduz.

Com uma entrega de potência e torque bastante linear, o Virtus GTS torna-se especialmente prazeroso quando conduzido na estrada. Devido ao entre-eixos maior, ele é ligeiramente mais estável em altas velocidades do que o Polo GTS. Não é difícil chegar a velocidades proibidas com o Virtus GTS. Em circuito fechado, chegamos com grande facilidade a 160 km/h. E havia muito mais gás, se houve pista, pois a velocidade máxima do carro é de 210 km/h (a mesma do VW Jetta, seu irmão maior). 

Além da esportividade, o Virtus GTS oferece um bagageiro de 521 litros.
Além da esportividade, o Virtus GTS oferece um bagageiro de 521 litros.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O motor é moderno, feito em bloco de alumínio. Com quatro cilindros e quatro válvulas por cilindro, trata-se de um 16V que compensa algum titubeio na aceleração com a presença de um eficiente turbocompressor. Daí o nome TSI, pois o motor tem turbo e injeção direta de combustível. Apesar de ser flex, não faz diferença na potência nem no torque a presença de gasolina ou etanol. É sempre 150 cv e 250 Nm. A potência máxima, aliás, é entregue na boa faixa de 4.500 rpm, enquanto no Jetta (mais pesado) ela só está disponível a 5.000 giros.

O Virtus GTS não é um esportivo, mas sim um Grã-Turismo com esportividade. Ele é bem mais do que um esportivado. Para um esportivo, porém, teria que eliminar o retardo na resposta do turbo quando está em baixas rotações, além de endurecer as suspensões e encurtar algumas marchas do câmbio automático.

O Virtus GTS usa rodas de 17", como as do VW Jetta Comnfortline.
O Virtus GTS usa rodas de 17", como as do VW Jetta Comnfortline.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Do jeito que está, porém, o carro agrada e poderia fazer um grande sucesso se não fosse o preço bastante salgado (R$ 104.940). Colocando na ponta do lápis, é possível encontrar várias razões para comprar um Virtus GTS e não um Jetta Comfortline ou mesmo dois sedãs médios da categoria superior, como o Honda Civic EX 2.0 (aspirado) e o Chevrolet Cruze LT (também 1.4 turbo). Quanto ao novo Toyota Corolla, sem chances de comparação. Se o próprio Jetta R-Line já tem dificuldades para enfrentar o Corolla 2.0, que dirá o Virtus GTS.

Em relação ao Virtus Highline, que usa motor 1.0 TSI e tem 22 cv a menos, o Virtus GTS assusta pela escandalosa diferença de preço: R$ 20,6 mil. Porém, colocando todos os equipamentos no Virtus Highline, a diferença cai para cerca de R$ 10 mil. De qualquer forma, o que Volkswagen procura com o Virtus GTS é o consumidor que não tinha uma oferta de esportividade e equipamentos fora do Jetta GLI, que é ainda menos acessível (R$ 147.990).

Que o GTS é o melhor dos Virtus, não há dúvida. Afinal, ele traz um porta-malas muito generoso de 521 litros (contra 510 do Jetta), bom espaço traseiro para as pernas e muita tecnologia na parte dianteira.

O interior do Virtus GTS tem muita classe, com o painel totalmente digital.
O interior do Virtus GTS tem muita classe, com o painel totalmente digital.
Foto: VW / Divulgação

O painel é totalmente digital, não apenas no display central (que oferece um interessante monitor de desempenho), mas também no quadro de instrumentos. Com o cluster configurado, o motorista pode escolher o que deve ter mais destaque durante sua viagem. Uma opção é o mapa do navegador bem grande no quadro de instrumentos. O volante multifuncional de couro, com excelente empunhadura, ajustes de altura e profundidade e base achatada, traz o emblema GTS para dar aquele toque de exclusividade. Todo o interior tem costuras ou files vermelhos, numa demonstração de bom gosto. Os bancos são bem anatômicos. As pedaleiras são esportivas e o câmbio automático sequencial permite trocas pela alavanca ou pela borboleta do volante.

O carro também oferece diferentes modos de condução. Existe uma pequena modificação nos parâmetros do câmbio quando o carro está no modo Sport, mas não é nada que provoque muitas sensações. Em algumas situações, não faz a menor diferença estar no modo Drive ou no modo Sport. Porém, para conduzir de forma mais rápida, recomenda-se deixar no modo Sport -- até porque ele ativa um ronco especial vindo diretamente do motor e isso melhora a sensação de prazer de quem está ao volante.

VW VIRTUS GTS
Item Conceito

Nota

(0 a 5)

Desempenho Bom 3
Consumo Muito bom 4
Segurança Ótimo 5
Conectividade Muito bom 4
Conforto Muito bom 4
Pacote de Série Ótimo 5
Usabilidade Bom 3
Veredicto Muito bom 4,0

As suspensões também receberam modificações, como barras estabilizadoras maiores. Porém, elas servem muito mais para deixar o carro pronto para o motor mais potente do que exatamente para fazê-lo um devorador de curvas. Seria interessante se o carro tivesse suspensão traseira independente, mas se até o Jetta usa eixo de torção, não dá para exigir isso do Virtus GTS. Pelo menos os freios traseiros também são a disco. Aliás, a resposta dos freios numa situação de pânico a 100 km/h é excelente: o carro afunda a frente, é verdade, mas não produz um mínimo desvio de trajetória, como pudemos comprovar durante a avaliação.

Por fora, o Virtus GTS destaca-se pelo para-choque em colmeia, faróis de LED e uma faixa vermelha que percorre o carro de uma extremidade a outra. A traseira conta com um pequeno aerofólio. O carro também tem saias laterais e outros adereços de esportividade. No conjunto da obra, é um sedã muito bonito, que fica ainda mais vistoso em cores fortes, como a nova Azul Biscay (R$ 1.570). Outras duas cores metálicas têm o mesmo preço: Cinza Platinum e Prata Sirius. O Branco Cristal sólido custa R$ 490. Só o Preto Ninja sólido vem sem custo adicional. Vale dizer, porém, que no preço do carro estão embutidas as três primeiras revisões. O som Beats é o único opcional e custa R$ 2.160. Na cor azul e completo, o Virtus GTS custa R$ 108.670.

No geral, o Virtus GTS conseguiu nota 4,0 em nosso teste. O máximo possível é 5,0. Portanto, o sedã Grã-Turismo Sport da Volkswagen obteve uma classificação excelente, superior à de muitos sedãs testados pelo GUIA DO CARRO. O VW Jetta GLI, por exemplo, que é um carro muito superior, conseguiu nota 4,4. A nota final do Virtus GTS foi igual à do Chevrolet Cruze Premier, topo de linha, que teve os mesmos 4,0.

O que nós gostamos

  • Design esportivo com detalhes GTS.
  • Desenho das rodas de 17”.
  • Empunhadura do volante.
  • Câmbio automático de seis marchas com trocas manuais na alavanca ou na borboleta.
  • Relação peso/potência de 8,4 kg/cv.
  • Torque de 250 Nm disponível a 1.500 rpm.
  • Posição de dirigir e ergonomia dos bancos.
  • Quadro de instrumentos digital.
  • Central multimídia digital e intuitiva.
  • Conforto e conveniência no banco de trás.
  • Capacidade do porta-malas.
  • Baixo nível de ruídos.
  • Ronco do motor no modo Sport.

O que pode melhorar

  • Suspensão um pouco mais dura para compensar o entre-eixos maior que o do Polo GTS.
  • Faltam airbags de cortina, o que seria razoável pelo preço do carro.
  • Calibração do câmbio podia ser um pouco mais esportiva no modo Sport.
  • Aumentar um pouco o emblema GTS na lateral do carro, pois ficou muito discreto.
O quadro de instrumentos digital pode ser configurado. O volante é dos melhores.
O quadro de instrumentos digital pode ser configurado. O volante é dos melhores.
Foto: VW / Divulgação

Os números

  • Preço: R$ 104.940
  • Motor: 1.4 turbo flex
  • Potência: 150 cv a 4.500 rpm (g/e)
  • Torque: 250 Nm a 1.500 rpm (g/e)
  • Câmbio: 6 marchas AT
  • Comprimento: 4,482 m 
  • Largura: 1,751 m 
  • Altura: 1,172 m
  • Entre-eixos: 2,651 m
  • Peso: 1.260 kg
  • Pneus: 205/50 R17
  • Porta-malas: 521 litros
  • Tanque: 52 litros
  • 0-100 km/h: 8s7
  • Velocidade máxima: 210km/h
  • Consumo cidade: 11,0 km/l (g)
  • Consumo estrada: 13,7 km/l (g)
  • Emissão de CO2: n/d
Guia do Carro
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