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Teste: Nissan Kicks S melhora em conforto e conectividade

Versão mais em conta equipada com câmbio automático CVT , o Kicks S também está disponível com câmbio manual de cinco marchas (R$ 78.290)

17 out 2019 - 10h48
(atualizado em 28/10/2019 às 19h56)
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O Nissan Kicks foi um dos últimos trabalhos do designer Shiro Nakamura.
O Nissan Kicks foi um dos últimos trabalhos do designer Shiro Nakamura.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O Nissan Kicks foi um dos últimos projetos de Shiro Nakamura, craque do design japonês, antes de se aposentar. Criador de ícones como os Nissan GT-R (Godzila), Fairlady Z e Juke, Nakamura “botou a mão” pessoalmente na criação do Kicks para o mercado brasileiro. O resultado foi um carro extremamente bem pensado, por dentro e por fora. Tanto que o Kicks é o quarto SUV mais vendido do Brasil, disputando o segundo e o terceiro lugares com Jeep Compass e Hyundai Creta, mesmo tendo apenas uma versão de motorização. O Kicks vende mais do que antigos ícones, como o Honda HR-V e o Ford EcoSport, além de novas referências em design, como o Renault Captur e o Volkswagen T-Cross.

Como o Nissan Kicks consegue esse sucesso tendo apenas um motor 1.6 aspirado de limitados 114 cavalos? A resposta está no conjunto da obra. O Kicks é um carro minimalista por dentro (tem apenas os equipamentos necessários, sem poluir o visual), mas é aconchegante, enquanto tem o design exterior bastante ousado, com vincos e saliências que lhe conferem uma “personalidade” única. Foi ele, por exemplo, que introduziu o conceito de “teto flutuante” nessa categoria.

Vincos agressivos e teto flutuante marcaram o design do Kicks.
Vincos agressivos e teto flutuante marcaram o design do Kicks.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Porém, apesar dessas virtudes, o Kicks S, de entrada, estava meio na contramão do mercado, ao oferecer seus melhores equipamentos como opcionais. Estava. Na linha 2020, o Kicks de entrada foi o que mais recebeu novidades, tornando-se uma opção de compra efetiva para os consumidores mais exigentes. Uma das mais atraentes novidades da versão S é a introdução de piloto automático de série. Na linha 2020, o Kicks S ganhou ainda assistente de partida em subida e controles de tração e estabilidade. Antes, esses itens eram opcionais. Com isso, o carro deu um salto no conforto da condução e também na segurança.

Visualmente, o Kicks S ganhou assinatura de LED nos faróis, muito útil no dia-a-dia das grandes cidades. Antes, a luzes de LED estavam disponíveis apenas na versão SL (topo de linha). Da mesma forma, a conectividade ficou mais amigável com a introdução das plataformas Android Auto e Apple CarPlay na lista de equipamentos de série. A central multimídia com tela de 7” já era intuitiva, mas agora é possível acessar aplicativos como Waze, Google Maps, Deezer e Spotify. A coluna de direção tem ajuste de altura e profundidade -- é fácil encontrar uma boa posição de dirigir. Aliás, um dos diferenciais de Shiro Nakamura é que era detalhista ao desenhar o carro de dentro para fora.

NISSAN KICKS S 1.6 CVT
Item conceito

nota

(1 a 5)

Desempenho bom 3
Consumo muito bom 4
Segurança muito bom 4
Conectividade bom 3
Conforto bom 3
Pacote de Série bom 3
Usabilidade muito bom 4
Veredicto bom 3.4

Dinamicamente, o Kicks S é igual às versões SV e SL com câmbio CVT. Como dissemos, toda a linha está equipada com o motor 1.6. O carro responde bem na cidade e sua aerodinâmica ajuda na estrada. Mas, claro, ele só tem um rodar mais suave quando atinge determinada velocidade. Nesse ponto, a Nissan não teve dúvidas entre oferecer mais desempenho ou apostar num carro mais econômico e padronizado para reduzir custos, não apenas os seus, mas também os do proprietário de um Kicks. O tanque de combustível tem apenas 41 litros de capacidade -- uma ousadia do fabricante. E, ao contrário da maioria dos carros flex, a potência máxima de 114 cv e o torque máximo de 152 Nm estão disponíveis tanto com etanol quanto com gasolina.

O Kicks não promete o que não pode cumprir. Mas entrega com muita competência tudo que promete. Uma de suas promessas é ser um SUV urbano. O espaço no interior é agradável, os bancos são confortáveis e a manobrabilidade é boa. É um carro racional, mas bonito. 

Interior minimalista, porém com todos os equipamentos necessários.
Interior minimalista, porém com todos os equipamentos necessários.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Porém, nem tudo no Kicks merece elogios. O motor 1.6, por exemplo, apesar da potência limitada, não tem nota A de consumo (é B). Nesse caso, o carro sente falta de um motor com turbocompressor, como já vemos no T-Cross. O Volkswagen também é superior na transmissão automática de seis velocidades, pois o Kicks só conta com o (bom) CVT X-tronic que simula seis marchas automaticamente. Menos mal que ele também tem borboleta no volante para antecipar marchas e dar uma ajuda quando a subida é muito íngreme, por exemplo. Além disso, o Kicks S não tem airbags laterais, o que melhoraria sua nota de segurança.

A versão S também está disponível com câmbio manual de cinco marchas, com os mesmos equipamentos. Para quem não abre mão do controle total do carro, é uma possibilidade. Pela relação custo-benefício, o Kicks S 2020 se tornou uma opção competitiva no mercado de SUVs compactos. Até porque, como um SUV digno, tem 200 mm de vão livre do solo, algo que muitos de seus rivais não tem. 

O que é novo

  • Piloto automático como equipamento de série.
  • Assinatura de LED nos faróis.
  • Conectividade Android Auto e Apple CarPlay no sistema multimídia.
  • Assistente de partida em rampa e controles de tração e estabilidade.

O que nós gostamos

  • Dinamicamente, o Kicks S automático é igual às versões superiores com câmbio CVT. 
  • Central multimídia com tela de 7” é bastante intuitiva.
  • Coluna de direção com ajuste de altura e profundidade.
  • Design. 
  • Vão livre do solo de 200 mm (digno no de um SUV).

O que pode melhorar

  • O motor 1.6 não é muito forte, tem apenas 114 cavalos.
  • O consumo é muito bom (nota B), mas poderia ser ótimo (A).
  • Dependendo do uso, o tanque de 41 litros pode significar muitas idas ao posto de abastecimento.
  • Ausência de airbags laterais.
  • Um sensor de estacionamento cairia bem.

Os números

  • Ano: 2020
  • Preço: R$ 85.990
  • Motor: 1.6 flex
  • Potência máxima: 114 cv a 5.600 rpm (g/e)
  • Torque máximo: 152 Nm a 4.000 rpm (g/e)
  • Câmbio: 6 marchas CVT
  • Comprimento: 4,295 m 
  • Largura: 1,760 m 
  • Altura:  1,590 m
  • Entre-eixos: 2,610 m
  • Vão livre: 200 mm
  • Peso: 1.133 kg
  • Pneus: 205/55 R17
  • Porta-malas: 432 litros
  • Tanque: 41 litros
  • 0-100 km/h: 12s4
  • Velocidade máxima: 175 km/h
  • Consumo cidade: 11,4 km/l (g)
  • Consumo estrada: 13,7 km/l (g)
  • Emissão de CO2: 109 g/km
Guia do Carro
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