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Nova líder, Fiat terá Strada com câmbio CVT este ano

Diretor da Fiat diz que liderança da marca é robusta, confirma quatro lançamentos e revela que futuro do Uno será decidido este ano

3 fev 2021 - 13h08
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Nova Fiat Strada: versão com câmbio CVT tornará a picape ainda mais atraente.
Nova Fiat Strada: versão com câmbio CVT tornará a picape ainda mais atraente.
Foto: FCA / Divulgação

A Fiat foi a marca de carros que mais bem aproveitou a crise da Covid-19 para mudar de patamar no mercado brasileiro. Sua robusta liderança em janeiro (19%) não foi um caso isolado e sim uma continuação do que se verificou no último quadrimestre de 2020, quando liderou em setembro, outubro e novembro (perdeu apenas em dezembro para a Chevrolet). Novos produtos estão chegando para a marca e uma das novidades será a picape Strada com câmbio automático tipo CVT.

A confirmação foi dada nesta quarta-feira (3) pelo diretor da marca Fiat na Stellantis, Herlander Zola. Durante uma entrevista coletiva com um restrito grupo de jornalistas, Zola fez um balanço da estratégia da Fiat e confirmou quatro lançamentos para 2020: nova Strada com câmbio CVT, facelift da Toro, 500 elétrico e um SUV compacto baseado no Argo. Ele também comentou sobre outros produtos, como Mobi e Uno.

Apesar da grande participação das vendas diretas em alguns modelos da Fiat, como a Strada e o Mobi, Zola garantiu que a Fiat “não está comprando mercado”. Segundo ele, o sucesso da nova Strada aumentou o fluxo de consumidores nas lojas da Fiat e alguns carros acabaram se beneficiando disso. É o caso do Argo, por exemplo, que teve poucas vendas diretas em janeiro, mas cresceu no total. 

Herlander Zola, durante a live da Fiat: share de 19% no Brasil é pesado.
Herlander Zola, durante a live da Fiat: share de 19% no Brasil é pesado.
Foto: Sergio Quintanilha / Reprodução

“Vender carro perdendo dinheiro não é algo que estamos dispostos a fazer”, disse Zola. “Estamos observando uma mudança de comportamento de algumas marcas. Na pandemia, algumas marcas que eram muito agressivas na parte comercial mudaram de estratégia, e isso nivelou o mercado.” Ele também disse que a saída da Ford abriu novas oportunidades para as montadoras que ficaram. No caso da Fiat, o carro que poderá ser mais beneficiado, segundo ele, é o Argo. Os sedãs Cronos e Grand Siena também podem crescer no vácuo do Ka Sedan e até as picapes Strada e Toro podem ter algum benefício devido à sensação de insegurança de alguns consumidores em relação à nova situação da Ford.

Mas não está fácil comprar uma Strada. A fila de espera está entre 90 e 120 dias. Há falta de aço e de componentes eletrônicos no mercado, afetando a produção de muitos fabricantes.  Por enquanto, o cronograma de lançamentos está mantido. A nova Strada CVT certamente trará um atrativo extra para a picape. No caso do 500 elétrico, o ganho será em imagem e não em volume. Já o SUV compacto, ainda sem nome definido e conhecido internamente como projeto 363, aumentará a cobertura da Fiat de 60% para mais de 80% do mercado.

Projeto 363, o SUV baseado no Argo: aumento da cobertura da Fiat no mercado.
Projeto 363, o SUV baseado no Argo: aumento da cobertura da Fiat no mercado.
Foto: Kleber Silva / Reprodução / KDesign

Esse crescimento da marca tem levado vários concessionários a pedirem para entrar na rede Fiat. Segundo Herlander Zola, atualmente 50 das 500 concessionárias da marca já estão com o novo padrão visual das lojas. Até o final do ano serão 250; até o final de 2022 serão todas. O diretor da marca também destaca que a Fiat está colhendo agora o resultado do reposicionamento adotado no primeiro semestre de 2020. Por isso, os investimentos estão concentrados na parte superior da gama. “O Mobi ainda é rentável, mas muito menos do que os carros de segmentos superiores”, explicou. “Hoje 50% do volume da Fiat está baseado em picapes, que têm rentabilidade maior do que o segmento de carros populares.”

VENDAS DA LINHA FIAT
CARRO CATEGORIA VENDAS
2020
VENDAS
JANEIRO
STRADA Picape 80.041 9.230
ARGO Hatch 65.937 5.021
TORO Picape 53.974 5.233
MOBI Subcompacto 46.617 4.784
UNO Hatch 22.737 2.059
FIORINO Furgão 17.852 1.685
CRONOS Sedã 16.165 1.031
SIENA Sedã 10.857 1.257
DUCATO Furgão 3.723 191
UNO FURGÃO Furgão 205 0
DOBLÒ Furgão 185 37

Zola falou também sobre o futuro do Uno, que teve pouco mais de 2.000 emplacamentos em janeiro. “O Uno atende muito bem à necessidade de algumas categorias, especialmente para quem usa o carro para trabalhar”, disse Zola. “O Uno está posicionado para atender a esse público, a venda varejo do Uno não existe já há algum tempo. Os concessionários procuram clientes de venda direta para ele.”

Diante desse panorama, o futuro do Uno é incerto. “Vai chegar o momento em que teremos que decidir se iremos investir no Uno ou não”, comentou. “O Uno também tem vendas importantes para o Chile, a Argentina, a Bolívia e o Uruguai. No caso do Brasil, precisamos avaliar se o mercado do Uno pode ser absorvido por alguma versão do Mobi ou do Argo.” É possível até que o Uno saia do mercado brasileiro e seja produzido somente para exportação. A decisão acontecerá este ano.

Uno, Mobi e algumas versões do Argo são carros que possivelmente passarão a ter mais clientes via assinatura ou locação do que pela posse. Por isso, a Fiat está atenta a esses movimentos, seja pela criação do canal de assinaturas Flua ou pelo atendimento às locadoras.” Quando olhamos para o universo de locadoras, o volume já deve estar perto de 25% do total, sendo que em 2019 estava abaixo de 20%”, comentou Zola. Segundo ele, formou-se uma bolha no ano passado porque as locadoras não compraram o volume de carros habitual. 

Fiat Uno: futuro do carro que um dia foi o best-seller da marca será decidido este ano.
Fiat Uno: futuro do carro que um dia foi o best-seller da marca será decidido este ano.
Foto: FCA / Divulgação

Herlander Zola afirmou ainda que a participação de 19% nas vendas de janeiro “é um share pesado, robusto, relevante” para a Fiat. Zola acredita que, a partir de agora, a Fiat lutará não apenas pela liderança pontual em alguns meses, mas sim pela liderança anual do mercado. Podemos prever uma grande disputa, portanto, entre Fiat, Chevrolet e Volkswagen pelo título de marca de carros número 1 do Brasil. Atualmente, esse título pertence à Chevrolet, que pegou a liderança em 2016 e nunca mais largou.

Guia do Carro
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