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Honda Fit sairá de linha. City Hatchback vai valer a pena?

Sucesso no Brasil de 2003, Honda Fit sairá de linha em dezembro e será substituído pelo inédito City Hatchback. Vale a pena trocar?

19 nov 2021 - 05h56
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Honda City Hatchback
Honda City Hatchback
Foto: Honda / Divulgação

Lançado no Brasil em 2003, o Honda Fit sairá de linha este ano. Uma aposentadoria que pode ser lamentada por muitos consumidores, mas a montadora japonesa garante que ninguém ficará na mão. Segundo a Honda, o inédito City Hatchback terá as mesmas características que fizeram o sucesso do Fit - espaço interno, versatilidade e confiabilidade. Será mesmo? Vamos comparar.

O Honda City Hatchback ocupará o lugar do Fit na linha de produção em janeiro, quando abre o período de reservas. O carro estará nas concessionárias Honda em março. O Honda Fit era vendido com um conceito de monovolume; o City Hatchback, como o nome já diz, é um hatch compacto superior (ou premium, como prefere dizer a Honda). 

Honda City Hatchback
Honda City Hatchback
Foto: Honda / Divulgação

A plataforma é nova. Na verdade, é tudo novo, menos o sistema Magic Seat, que permite uma incrível configuração dos bancos em quatro posições inusitadas para qualquer carro desta categoria. O City Hatchback é maior - tem 24,5 cm a mais no comprimento (4,341 m contra 4,096 m) e 5,4 cm a mais na largura (1,748 m contra 1,694 m). Porém é 3,7 cm mais baixo (1,498 m contra 1,535 m).

O City Hatchback, portanto, é mais “achatado” do que o Fit. Isso é bom em termos de comportamento dinâmico, pois o centro de gravidade é mais baixo e o carro deve ser mais estável nas curvas. A distância entre-eixos do City Hatchback é 7 cm maior do que a do Fit (2,600 m contra 2,530 m). Em termos de espaço interno, portanto, podemos esperar que o City Hatchback seja no mínimo igual ao Fit.

Honda Fit
Honda Fit
Foto: Honda / Divulgação

O carro que se aposenta, entretanto, deixará uma certa saudade no quesito porta-malas. O Fit acomoda 363 litros de bagagem, enquanto o City Hatchback vai carregar apenas 268 litros. Para dar uma ideia, o Volkswagen Gol tem 285 litros de bagageiro. É exatamente aqui que está a grande diferença no posicionamento do City Hatchback em relação ao Fit.

Segundo a Honda, o City Hatchback chega com o propósito de atrair para a marca consumidores com o espírito mais jovens, interessados em tecnologia. Já o Honda Fit tinha claramente uma proposta de carro familiar. Para estes, a Honda reserva a nova geração do City sedã, cujo porta-malas tem 519 litros de volume.

Mas o comprador de um carro com a aparência do Honda Fit não necessariamente vai migrar para um sedã como o New City. Para muitos consumidores, “sedã é carro de velho”. Bem, para estes, resta a opção do WR-V (por enquanto). Consultamos a Honda sobre o futuro do WR-V - que nada mais é do que o crossover do Fit - e a resposta foi que não haverá resposta. É preciso aguardar - mas o substituto do WR-V pode estar a caminho, como já mostramos recentemente.

Honda City Hatchback
Honda City Hatchback
Foto: Honda / Divulgação

Voltando ao comparativo entre o City Hatchback e o Fit, além das diferenças nas proporções e no estilo da carroceria, que tem uma linha lateral bem longa no carro que está chegando, o motor é uma boa razão para a troca.

O novo motor 1.5 aspirado é totalmente de alumínio, o que ajudou a reduzir o peso, e traz as tecnologias i-VTEC e VTC. Traduzindo para a prática, o novo motor é mais eficiente, pois tem injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas variável na admissão e no escape. O novo motor 1.5 16V tem 10 cavalos a mais de potência (126 cv com gasolina ou etanol a 6.200 rpm). O Fit entrega apenas 115 cv com gasolina e 116 cv com etanol a 6.000 rpm.

O torque também melhorou um pouco e agora é de 152 Nm com gasolina e 155 Nm com etanol, ambos a 4.600 rpm (200 giros a menos do que a entrega máxima anterior). O câmbio CVT de 7 marchas com conversor de torque é o mesmo, porém a Honda garante que ele ficou mais “inteligente” nas acelerações e em condições de descida com frenagem.

Honda City Hatchback
Honda City Hatchback
Foto: Honda / Divulgação

Embora seja 73 kg mais pesado na versão EXL, a relação peso/potência do City Hatchback é um pouco melhor do que a do Fit (9,3 kg/cv contra 9,5). Já a relação peso/torque é um pouco pior (7,6 kg/Nm contra 7,4). Ainda assim, o City Hatchback é mais esperto nas acelerações, com um ganho importante de 7 décimos na prova de 0 a 100 km/h - faz em 11,3 segundos, contra 12 “duro” do Fit. Vamos aguardar a avaliação do carro para sentir as retomadas de velocidade. A máxima do City Hatchback também é um pouco melhor: 175 contra 172 km/h.

O City Hatchback também é 8% mais econômico na cidade (média gasolina/etanol) e 5% mais econômico na estrada (também média). O Inmetro mediu 13,3 km/l na cidade e 14,8 km/l na estrada (ambos com gasolina). Com isso, o tanque de gasolina pode ser reduzido de 45 para 39 litros. Claro que um motor turbo deixaria o carro ainda mais eficiente, mas a Honda aposta suas fichas nos modelos híbridos para melhorar sua média de eficiência energética. 

De uma maneira geral, o Honda City Hatchback parece ter sido uma aposta interessante da Honda. O carro é bonito e tem potencial para conquistar os consumidores jovens (em idade ou espírito) que a marca japonesa almeja para esta terceira década do século XXI no mercado brasileiro. Assim, com a digna aposentadoria do Fit, a Honda abandona o segmento de monovolumes e entra na guerra dos hatchbacks, onde enfrentará, de cara, o Toyota Yaris Hatch. Mas essa já é uma outra história, para o futuro próximo.

Honda Fit
Honda Fit
Foto: Honda / Divulgação

O Honda Fit vendeu apenas 6.318 unidades em 2021 (até outubro). Sem muito esforço, o Toyota Yaris Hatchback vendeu 18.303 na categoria mais disputada. O Honda City Hatchback será comercializado em apenas duas versões: EXL e Touring. Os preços serão divulgados somente em janeiro. O Honda Fit está sendo vendido em apenas duas versões (eram cinco): EX por R$ 96.400 e EXL por R$ 102.000.

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