Avaliação: Hyundai HB20 Sense 1.0 traz dignidade na cidade
Hyundai HB20 Sense 1.0 aspirado faz 12,8 km/l na cidade e tem uma boa multimídia básica, itens que o fizeram ser um sucesso de vendas
A nova geração do Hyundai HB20 tem três versões com motor 1.0 flex, naturalmente aspirado, com câmbio manual de 5 marchas: Sense por R$ 53.290, Vision por R$ 58.290 e Evolution por R$ 60.390. As três versões oferecem um Pack opcional que acrescenta R$ 1.000 no preço de cada uma delas. Nessa configuração, o HB20 tem 75 ou 80 cv de potência (gasolina ou etanol) e 92 ou 110 Nm de torque (g/e).
O motor não é muito potente, mas é bastante econômico. Por isso, passado o susto inicial com o visual polêmico do novo HB20, os clientes voltaram a apreciar as qualidades do carro. Não por outro motivo, o Hyundai HB20 registrou 86,5 mil emplacamentos em 2020, fechando a temporada com o vice-campeonato no ranking nacional de vendas, perdendo apenas para o Chevrolet Onix.
Rodamos durante uma semana com o HB20 Sense básico e pudemos comprovar as qualidades do hatchback coreano produzido em Piracicaba (SP). É preciso tirar do carro o que ele tem de melhor. Na cidade, o HB20 Sense 1.0 é um carro muito prático, bom de guiar, que entrega dignidade aos ocupantes, pois é agradável na condução, tem engates de marcha amigáveis, um sistema multimídia básico muito bom e conforto compatível com a categoria.
O motor é de três cilindros e revela a qualidade da construção, pois praticamente não há vibrações durante seu funcionamento. A Hyundai caprichou nesse item e melhorou também a qualidade do acabamento em relação à geração anterior. Alguém que queira sair acelerando forte nos semáforos vai se decepcionar com o carro, pois ele leva longos 14,5 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Entretanto, no uso cotidiano, rodando entre 2.500 e 4.500 giros, o motor cumpre sua tarefa, pois o carro é leve (989 kg).
Para quem procura um carro prático para o dia-a-dia, o HB20 Sense está de bom tamanho. Sua maior virtude é o consumo. Mesmo utilizando um motor aspirado, é possível fazer 12,8 km/l na cidade com gasolina e 9,1 km/l com etanol. Para quem pega alguns trechos de estrada, vale a pena rodar com gasolina, pois ele faz 14,6 km/l na estrada (com etanol, faz apenas 10,1 km/l).
Os bancos são confortáveis, com fácil ajuste de posição, e são forrados em tecido Woven preto. A ergonomia do carro é boa, o que permite uma agradável posição de dirigir mesmo sem os ajustes na coluna. Lembre-se: estamos falando de um carro básico, na faixa de R$ 53 mil. O volante é bem leve, com assistência elétrica. Os vidros dianteiros e as travas das portas dianteiras e do porta-malas são elétricas também -- estas são acionadas eletronicamente a 20 km/h, porém é preciso colocar a chave na fechadura para abrir e fechar as portas. Essa foi a única parte um pouco irritante para quem está acostumado a rodar com carros que fazem tudo sozinhos.
Os espelhos são ajustados manualmente, por dentro, o que não chega a incomodar para quem procura um carro para rodar e não para se sentir na sala de estar de uma casa confortável. A Hyundai acertou a mão na conectividade e esta talvez seja a razão pela qual a versão Sense, lançada em junho de 2020, melhorou as vendas do HB20 e se tornou a mais vendida da linha. Mesmo nessa versão básica, de entrada, o HB20 traz rádio blueAudio integrado ao painel, conexão Bluetooth, streaming de áudio, acesso a agenda e histórico de chamadas, MP3 player, conexão USB e comandos no volante.
Essa multimídia simples entrega tudo que uma pessoa moderna precisa para estar conectada no trânsito. Claro que não há uma grande tela com touch screen e outras funcionalidades, mas ela é muito boa e facílima de operar. Dá também uma certa beleza ao painel por seu design e pela boa localização. Também gostamos do quadro de instrumentos convencional, que a Hyundai chama de Supervision Cluster, trazendo dois marcadores redondos e com ponteiros. Ficou melhor do que o das versões mais caras do novo HB20. O carro conta ainda com um computador de bordo sete sete funções.
Aos poucos, o HB20 Sense se torna um “amigo do dia-a-dia”. É um carro simples, porém digno. Não chama muita atenção e, convenhamos, quem está dentro do carro não vê o design externo. Sem dúvida, ele é mais bonito por dentro do que por fora.
A Hyundai aplicou máscara negra nos faróis e suavizou a grade frontal com um contorno preto, mas o problema do design não é este. A geração anterior do HB20 era muito bonita e não carecia de uma mudança tão radical, que deixou a frente com “cara de peixe” para se alinhar ao espalhafatoso visual que a marca está adotando em todos os seus carros. Certamente haverá um grande trabalho a fazer quando este carro passar por um facelift.
Voltando à usabilidade do HB20 1.0 aspirado, a praticidade vem também do porte do hatch, que tem apenas 3,94 m de comprimento. O entre-eixos de 2,53 m torna a parte de trás apertada, especialmente porque é um carro de cinco lugares. Por questão de legislação, os três lugares traseiros contam com cinto de segurança de três pontos. Eles são retráteis e com pré-tensionadores, para o caso de uma batida. Também há bons encostos de cabeça para todos os passageiros.
O porta-malas de 300 litros está de bom tamanho para a categoria. O HB20 Sense 1.0 contra com rodas de aço de 14” e bonitas calotas. A largura dos pneus é de 175 mm e o perfil é 70, ou seja, bem alto, o que colabora com o conforto ao rodar em pisos ruins. Os freios são a disco na dianteira e a tambor na traseira. Ao contrário de alguns carros que andam seguindo a moda dos SUVs, o Hyundai HB20 não é muito alto -- tem vão livre de 170 mm. Todas essas características o tornam um carro bem equilibrado também nas curvas, até porque ele não alcança altas velocidades.
Como carro urbano, o Hyundai HB20 1.0 Sense cumpre o que promete e está alinhado com as necessidades atuais do público, que é a de ter um bom carro para rodar, com preço não exorbitante, e que entrega algumas coisas realmente importantes: confiabilidade mecânica, motor econômico e conectividade básica. A ideia de oferecer um Pack que traz itens de segurança, e não de conectividade, também foi muito boa.
Equipamentos HB20 Sense (R$ 53.290)
- Nova grade frontal cascading com contorno preto
- Faróis com máscara negra
- Calotas de 14", modelo Speed, pneus 175/70 R14
- Painel de instrumentos Supervision Cluster
- Bancos em tecido Woven preto
- Airbag frontal duplo
- Freios ABS com EBD
- Fixação Isofix com top tether para cadeirinha de bebê
- Cintos de segurança dianteiros e traseiros retráteis de 3 pontos com pré tensionadores
- Apoios de cabeça dianteiros e traseiros com regulagem de altura (x5)
- Estrutura com deformação programada
- Coluna de direção colapsável
- Ar-condicionado
- Direção elétrica progressiva
- Vidros elétricos dianteiros
- Travas elétricas nas portas e porta-malas
- Computador de bordo com 7 funções: autonomia, consumo médio em km/l, consumo instantâneo em km/l, tempo de viagem, hodômetro parcial (x2) e aviso de revisão
- Banco do motorista com regulagem de altura
- Espelho de cortesia no para sol para motorista e passageiro
- Acionamento intermitente do indicador de direção (3x)
- Travamento automático das portas e do porta-malas a 20 km/h
- Rádio blueAudio Rádio integrado ao painel com conexão Bluetooth com streaming de áudio e acesso a agenda e histórico de chamadas, MP3 player, conexão USB e comandos de áudio e Bluetooth no volante
Equipamentos extras do HB20 Sense Pack (R$ 54.290)
- Controle de estabilidade (ESP)
- Controle de tração (TCS)
- Sinalização de frenagem de emergência (ESS)
- Assistente de partida em rampa (HAC)
- Airbag lateral de tórax
Os números
- Preço: R$ R$ 53.290
- Motor: 1.0 aspirado flex
- Potência: 80 cv a 6.000 rpm
- Torque: 100 Nm a 4.500 rpm
- Câmbio: 5 marchas MT
- Tração: 4x2
- Comprimento: 3,940 m
- Largura: 1,720 m
- Altura: 1,470 m
- Entre-eixos: 2,530 m
- Vão livre: 160 mm
- Peso: 989 kg
- Pneus: 175/70 R14
- Porta-malas: 300 litros
- Tanque: 50 litros
- Aceleração 0-100 km/h: 14s5
- Velocidade máxima: 161 km/h
- Consumo cidade: 12,8 km/l (g)
- Consumo estrada: 14,6 (g)
- Emissão de CO2: 97 g/km