Luli Radfahrer explica dinâmica de trabalho na pandemia
Em entrevista, professor-doutor de Comunicação Digital da ECA-USP, explicou sobre a nova dinâmica de trabalho exigida pela pandemia
Após mais de um ano convivendo com a realidade solitária da pandemia da Covid-19, já percebemos que o trabalho remoto e a digitalização dos principais serviços do nosso cotidiano vieram para ficar, mas a realidade é múltipla, e o trabalho remoto traz consigo muitas complexidades e disparidades que já víamos no trabalho analógico: os funcionários estão trabalhando cada vez mais, com menos rede de apoio, mais stress mental e menos horas de lazer. De acordo com Luli Radfharer, professor-doutor de Comunicação Digital da ECA-USP, a tecnologia não precisa ser vilã, e na verdade pode ser instrumental em um futuro no qual todos trabalharemos menos e a semana de trabalho com sete dias se tornará algo obsoleto.
Assista à entrevista na íntegra:
“A ideia de trabalho remoto assistida por ferramentas colaborativas se torna muito mais eficiente. Acredito que nos próximos anos vamos diminuir o número de dias necessários para trabalhar durante a semana, além das horas, o que não fará nenhuma diferença na produtividade geral”, explicou.
O especialista também afirmou que a tecnologia, mais do que criar gadgets futuristas, deve focar em aprimorar o indivíduo e abrir espaço para uma democratização do conhecimento e do acesso à informação.
“Um mito que a pandemia ajudou a eliminar foi a ideia de que trabalho em casa não funciona. O que se percebeu é que boa parte do trabalho feito remoto passou a ser mais eficiente. Estamos passando a valorizar o indivíduo pela capacidade intelectual, não pela roupa que ele veste”, completou.