PUBLICIDADE

MPDFT abre investigação sobre invasão ao birô de crédito Boa Vista

Concorrente de Serasa e SPC, empresa ainda apura se houve falha de segurança em sua base de dados, que contém informações financeiras de milhões de brasileiros

6 set 2018 - 13h05
(atualizado às 13h26)
Compartilhar
Exibir comentários

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu nesta semana uma investigação para apurar o comprometimento de dados de brasileiros pelo birô de crédito Boa Vista SCPC. Concorrente de serviços como Serasa e SPC, a empresa tem dados de 350 milhões de pessoas e teria sofrido uma invasão no último domingo, 2.

Segundo o promotor de justiça Frederico Meinberg Ceroy, do MPDFT, "a investigação objetiva esclarecer as circunstâncias do suposto incidente de segurança", declarou ele em nota. No texto, o MPDFT diz ainda que "os investigadores tiveram acesso ao arquivo inicial sobre o incidente, que pode ter afetado mais de 350 milhões de cadastrados".

Procurada pelo Estado, a empresa declarou que "não recebeu até o momento nenhuma notificação do Ministério Público. Assim que for notificada, prestará tempestivamente toda a colaboração e esclarecimentos necessários".

Entenda o caso. O ataque teria acontecido na noite do último domingo, 2, e teria sido liderado pelo grupo Fatal Error Crew - que divulgou no site de hospedagem de documentos Pastebin que teria realizado a invasão. Fontes de segurança digital ouvidas pelo Estado confirmaram a possibilidade do ataque ter acontecido.

Hoje, a empresa armazena dados como CPF, e-mail, endereço e histórico financeiro de brasileiros e comercializa o acesso desses dados a empresas - uma consulta em seu site custa a partir de R$ 14.

Entre os acionistas da empresa, estão nomes como a Associação Comercial de São Paulo e a Equifax, empresa americana que recentemente se envolveu em um dos maiores vazamentos de dados da história, com informações de 145 milhões de americanos sendo acessadas por cibercriminosos.

No texto publicado no Pastebin, o grupo hacker adota tom político, ao questionar porque uma empresa possui dados de milhões de brasileiros "mesmo que eles não possuam dívidas". Além disso, a publicação faz menção à proposta do presidenciável Ciro Gomes (PDT), que tem como uma de suas bandeiras de governo ajudar a limpar o nome de brasileiros devedores.

"Ciro Gomes, só dizer que noix (sic) tira o nome de todo mundo do SPC", escreveu o grupo, que disse não ter divulgado os dados obtidos por "prezar pela privacidade dos brasileiros".

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade