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iFood terá fundo de assistência de R$ 50 milhões para restaurantes

Empresa também vai permitir que estabelecimentos antecipem recebimento dos pagamentos e vai flexibilizar uso da ferramenta 'para retirar', de forma a reduzir movimento em salões

18 mar 2020 - 19h38
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A startup de entrega de refeições iFood anuncia, na noite desta quarta-feira, 18, um conjunto de medidas para auxiliar restaurantes em meio à crise por conta da pandemia do novo coronavírus. A empresa vai criar um fundo de assistência de R$ 50 milhões para os estabelecimentos, antecipar pagamentos para os parceiros e também flexibilizar o uso da ferramenta "para retirar", reduzindo custos e melhorando fluxo nos salões.

Válidas a partir do dia 2 de abril, as medidas foram reveladas pela startup com exclusividade ao Estado e serão detalhadas em 25 de março. As novidades valem para todos os 131 mil restaurantes parceiros da startup, espalhados em 912 cidades do País. "Nesse momento de incertezas, é importante agirmos para manter ativos e sustentáveis os negócios dos restaurantes que compõem o nosso ecossistema", afirma Fabricio Bloisi, presidente executivo do iFood.

Segundo a empresa, o fundo de assistência será montado com R$ 50 milhões de suas receitas. Os restaurantes que estiverem elegíveis a serem auxiliados terão uma devolução de parte das comissões cobradas pela empresa nos pedidos feitos a partir de 2 de abril. "Restaurantes que tiverem apenas uma sede, o dono for uma pessoa física e estiverem em áreas de grande impacto do coronavírus estão nas nossas prioridades", diz Diego Barreto, diretor financeiro do iFood. "A contribuição aos restaurantes vai aparecer como uma devolução nas faturas dos pedidos."

A empresa também vai reduzir seu prazo para repassar valores aos restaurantes. Hoje, quando um pedido é feito em um estabelecimento, o valor da conta demora 30 dias para ser resgatado pelos estabelecimentos. A partir de 2 de abril, será possível optar por receber os pagamentos 7 dias depois da compra, sem custo adicional. "Queremos ajudar quem está com fragilidade financeira nesse momento", afirma Barreto. Segundo estimativas feitas pela própria empresa, a medida pode ajudar na injeção de R$ 600 milhões em capital de giro no setor de restaurantes nos meses de abril e maio.

A terceira medida é a flexibilização do conjunto de funcionalidades Para Retirar, que permite ao usuário tanto pedir um prato e retirá-lo no restaurante, como também consumi-lo no salão. "Nossa intenção é manter os salões dos estabelecimentos livres. Vamos fazer isso à medida que for possível, respeitando as orientações das autoridades", afirma Barreto. Taxas sobre esse tipo de serviço, normalmente cobradas dos estabelecimentos, serão devolvidas.

Esta não é a primeira ação revelada pelo iFood para lidar com o avanço do coronavírus no Brasil: no sábado, a empresa divulgou a criação de um fundo de assistência de R$ 1 milhão para entregadores que tiverem suspeita ou forem infectados com o vírus. Outras empresas, como Uber e 99, também anunciaram práticas semelhantes.

Questionado pelo Estado se houve alta na demanda com o aumento de casos de coronavírus no País, Barreto tergiversou. "Os números ainda são inconclusivos, são poucos dias. Nosso foco é conseguir manter a sustentabilidade da cadeia desse setor nos próximos 90 dias. Senão muita gente vai quebrar e isso não é bom para ninguém", acredita. Segundo o executivo, o iFood está em contato com as autoridades avaliando possíveis cenários para os próximos dias - incluindo o de um possível confinamento (lockdown), como feito em países como Itália e China. "Se as autoridades entenderem que esse é um caminho, buscaremos criar condições para que o delivery possa ser uma ferramenta de alimentação da população neste período."

Estadão
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