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Gates acreditava que diversidade iria 'destruir' a Microsoft

Segundo o site americano Business Insider, ex-funcionários afirmaram que Gates era ríspido e contrario as ações afirmativas na empresa

30 jun 2021 - 19h01
(atualizado às 19h13)
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Além de sair com a imagem arranhada do divórcio com Melinda French Gates, agora começam a surgir depoimentos de que Bill Gates também não era um chefe muito agradável em seus tempos de Microsoft. Segundo o site americano Business Insider, ele não só gritava com seus funcionários como dizia que iniciativas para aumentar a diversidade na companhia iriam "destruir" a empresa.

No site, algumas das fontes que relataram o comportamento de Gates pediram para não serem identificadas, mas Maria Klawe, uma ex-membro da diretoria da Microsoft, afirmou abertamente que o empresário não era receptivo com afirmações de diversidade que, na maioria das vezes, partiam de funcionárias da empresa.

Bill Gates
21/11/2019
REUTERS/Jason Lee
Bill Gates 21/11/2019 REUTERS/Jason Lee
Foto: Reuters

"A mensagem era: 'Preocupar-se com a diversidade não tem nada a ver com o sucesso da Microsoft'", afirmou Maria ao Business Insider, acrescentando que o assunto era recebido por Gates com frases como "Você está tentando destruir a empresa?".

Nesta quarta-feira, 30, a Fundação Bill e Melinda Gates — que segue na busca de outros conselheiros para a sua diretoria após a saída de Warren Buffet — anunciou um fundo de US$ 2,1 bilhões destinado a ações para igualdade de gênero. O fundo é conduzido principalmente por Melinda, que passou a se movimentar na causa há alguns anos.

"O mundo luta pela igualdade de gênero há décadas, mas o progresso tem sido lento", disse French Gates na quarta-feira, 30, em um comunicado. "Agora é a chance de reacender um movimento e entregar uma mudança real."

Outros funcionários que não quiseram se identificar afirmaram ao Business Insider que era comum ouvir gritos de reprovação de Gates sempre que uma reunião era convocada. "Ter uma reunião com Bill era apenas uma oportunidade para que ele gritasse comigo, então eu tentava evitar isso", afirmou uma das funcionárias.

Além disso, outro ex-Microsoft afirmou que, constantemente, Gates decorava as placas dos carros dos funcionários para mantê-los sob controle, mas não explicou de que forma o dono da empresa utilizava a informação. Além disso, empregados da gigante de tecnologia afirmaram ao site que a frase "Essa é a ideia mais estúpida que já ouvi" virou uma espécie de bordão de Gates, pela frequência com que a repetia em seus escritórios.

Um porta-voz do bilionário negou todas as afirmações e disse que os depoimentos foram distorcidos pelos ex-funcionários. Bill Gates ainda foi descrito, pelos ex-funcionários que não quiseram se identificar, como "um ser humano estranho no que diz respeito às interações sociais" e que ele "não sabe realmente brincar ou como se conectar com as pessoas".

Em 2019, o fundador da Microsoft foi alvo de uma investigação interna na empresa por um suposto relacionamento com uma funcionária nos anos 2000. Gates deixou as funções na companhia pouco tempo depois. Na época, a Microsoft chegou a pedir o afastamento do bilionário durante a investigação, mas um porta-voz afirmou que esse não foi o motivo da saíde de Gates da empresa.

Estadão
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