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Facebook cresce em receita, mas teme multa de até US$ 5 bi

Empresa chegou a 2,38 bilhões de usuários em todo mundo e viu faturamento subir 26% no 1º trimestre

24 abr 2019 - 18h11
(atualizado às 21h03)
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O Facebook encerrou o primeiro trimestre de 2019 com 2,38 bilhões de usuários ativos mensalmente em sua rede social e crescimento de receita de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado, na casa de US$ 15,1 bilhões de dólares. Os bons números fazem parte dos resultados financeiros da empresa para o período entre janeiro e março deste ano e animaram o mercado: após o encerramento do pregão desta quarta-feira, 24, as ações da empresa eram negociadas com alta de 6% na bolsa de valores Nasdaq.

Nem mesmo a previsão da empresa de levar uma alta multa nos Estados Unidos desanimou os investidores: em seu balanço, o Facebook disse esperar receber uma pena entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões da Comissão Federal do Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês), em um caso ainda em andamento. Iniciada em março do ano passado, a investigação do órgão regulador americano busca entender se, no escândalo Cambridge Analytica, a companhia de Mark Zuckerberg violou um acordo prévio para respeitar a privacidade e proteger os dados pessoais dos usuários.

Silhuetas de usuários de smartphones é vista perto de logotipo do Facebook. 28/3/2018.  REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
Silhuetas de usuários de smartphones é vista perto de logotipo do Facebook. 28/3/2018. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
Foto: Reuters

"O assunto permanece não resolvido e não há garantia de quando isso acontecerá e nem quais serão os termos finais", declarou a empresa no balanço. No entanto, o Facebook direcionou US$ 3 bilhões para o pagamento da multa - o que fez o lucro da empresa cair 51% na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 2,5 bilhões. A FTC ainda não se pronunciou sobre o assunto.

A empresa também revelou que aumentou seu número de funcionários em 36% nos últimos doze meses, para 37,8 mil pessoas - boa parte deles foram contratados para as áreas de segurança e privacidade da empresa, como parte dos remédios adotados por Zuckerberg para aumentar a confiabilidade em sua plataforma após o caso Cambridge Analytica.

Revelado em 2018 pelos jornais The New York Times e The Observer, o escândalo mostrou que a consultoria política utilizou indevidamente dados de 87 milhões de usuários da rede social e colocou o Facebook frente ao maior escândalo de sua história, levando executivos a depor e fazendo a empresa chegar a perder US$ 120 bilhões em valor de mercado um único dia, na maior perda diária já registrada em Wall Street.

Usuários

O Facebook divulgou ainda dados sobre sua família de aplicativos, que inclui ainda o Instagram, o WhatsApp e o app de mensagens instantâneas Facebook Messenger. Segundo a empresa, 2,1 bilhão de pessoas utiliza ao menos um dos serviços todos os dias - quando o dado é ampliado para um mês, esse número sobe para 2,7 bilhão de pessoas diferentes.

Os números ajudaram a empresa a faturar mais - no balanço, a companhia disse que tem apresentado crescimento relevante nas vendas de anúncios dentro do Instagram, seja na área de fotos ou no serviço de mensagens efêmeras Stories. "Estamos trabalhando para construir nossa visão de privacidade para o futuro das redes sociais e trabalhando colaborativamente para resolver assuntos importantes da internet", complementou a empresa.

Vale lembrar que, em março, Mark Zuckerberg escreveu um longo manifesto dizendo que o futuro do Facebook não está nas redes sociais, mas sim na troca de mensagens privadas e criptografadas entre as pessoas - especialistas ouvidos pelo Estado na época, no entanto, afirmam que essa mudança não resolverá os problemas da empresa com privacidade.

Veja também:

Os principais trechos do depoimento de Mark Zuckerberg:
Estadão
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