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Para EA, mercado de jogos do futuro será parecido com a Netflix

14 set 2017 - 12h37
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A Electronic Arts é uma das maiores empresas do mundo dos videogames, e, como todas elas, tem seus negócios apoiados largamente na venda de jogos. Mas, para a distribuidora, isso parece prestes a mudar para um modelo semelhante ao de nomes como Netflix e Spotify. E a mudança já está em pleno andamento.

Battlefield 1
Battlefield 1
Foto: Canaltech

É o que afirmou o diretor de relações com investidores da EA, Chris Evenden, durante um painel em uma conferência de tecnologia promovida pelo alemão Deutsche Bank. Segundo o executivo, o modelo de negócios da indústria deixará de ser baseado na compra de jogos em apenas alguns anos para ser centralizado no acesso a eles por meio da venda de assinaturas de serviços digitais.

Esse é um movimento que a Electronic Arts afirma já estar fazendo, principalmente com seus serviços EA Access e Origin Access. Disponíveis, respectivamente, no Xbox One e PC, as plataformas pedem um pagamento mensal em troca de acesso a uma biblioteca rotativa de games, além de permitir que os assinantes joguem antecipadamente todos os lançamentos da marca e tenham descontos especiais para a compra deles.

Aqui, estamos falando de pagamento por acesso, mas com funcionamento mais convencional, exigindo o download e instalação tradicionais de jogos no disco rígido para que eles funcionem. Entretanto, em 2015, a companhia também deus seus pulos no mundo do streaming, fechando uma parceria com a Comcast para possibilitar acesso aos títulos por meio de uma plataforma chamada Xfinity Games, que transmite títulos para set-top boxes da operadora americana.

Apesar de o modelo de streaming funcionar perfeitamente para nomes como Netflix e Spotify, dois líderes desse segmento, fazer o mesmo em jogos ainda é problemático. Filmes, séries ou músicas são formas passivas de entretenimento, enquanto games exigem comandos feitos pelos usuários, que sofrem com a latência na comunicação com os servidores por meio da internet. Esse é o fator principal pelo qual essa modalidade de distribuição ainda não decolou.

Para Evenden, entretanto, esse é um fim inevitável na medida em que a qualidade das conexões melhora e a infraestrutura de servidores se torna mais ampla. E a EA deseja navegar nesse novo mar, afirmando o desejo de se tornar uma das pioneiras, atuando no segmento antes mesmo de ele se tornar lugar comum no mercado.

O executivo revelou que a empresa está trabalhando com uma grande operadora de internet dos Estados Unidos para entregar uma experiência de Battlefield por streaming que seria indistinguível do jogo rodando a partir de uma máquina local. O diretor reconheceu a necessidade de internet altamente veloz e estruturas robustas de servidores para que isso aconteça, indicando que ainda pode levar algum tempo para que a transmissão de jogos se torne padrão, como aconteceu em outros setores do entretenimento.

Outras companhias do mundo dos games também já estão nessa. A Sony, por exemplo, tem o PlayStation Now (ainda não lançado por aqui), que permite o streaming de jogos de sua biblioteca não apenas para o PS4, mas também para celulares e televisores da marca. Enquanto isso, a Microsoft trabalha com o Xbox Game Pass, que, assim como o EA Access, permite o download e jogatina gratuitos de título do catálogo em troca de uma assinatura gratuita. No Brasil, o serviço da Microsoft custa R$ 29 mensais.

Canaltech Canaltech
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