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Cientistas encontram novas estruturas nas moléculas de DNA além da dupla hélice

23 abr 2018 - 15h02
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Todos aprendemos na escola que o DNA tem estrutura de dupla hélice, certo? Segundo Daniel Christ, pesquisador do Instituto Garvan de Pesquisa Médica, na Austrália, isso não corresponde completamente com a realidade.

Em uma pesquisa recentemente publicada no periódico científico Nature Chemistry, nosso complexo código genético também é encontrado em uma outra organização estrutural, semelhante a um nó torcido. "Esta nova pesquisa nos lembra que estruturas de DNA totalmente diferentes existem - e poderiam ser importantes para nossas células", declarou Christ.

A nova estrutura encontrada pelo grupo de pesquisa foi batizada de motivo intercalado, ou i-motif. Ela já havia sido descoberta por cientistas na década de 1990, mas apenas agora ela pôde ser testemunhada in vitro. Segundo a equipe de Christ, essas estruturas ocorrem naturalmente dentro das nossas células, modificando muito do que nós entendemos sobre a organização do código genético.

O genomalista que conduziu a pesquisa, Marcel Dinger, explica mais sobre a estrutura descoberta: "O i-motif é um nó de quatro filamentos de DNA. Na estrutura do nó, as moléculas de Citosina se ligam, o que é muito diferente da dupla hélice, onde a citosina se liga à guanina".

Esquema demonstra a estrutura i-motif no DNA humano. (Imagem: Zeraati et al. / Nature Chemistry)
Esquema demonstra a estrutura i-motif no DNA humano. (Imagem: Zeraati et al. / Nature Chemistry)
Foto: Canaltech

E não para por aí: segundo os cientistas, essa é só uma das formações que não seguem a estrutura de dupla hélice. Há também A-DNA, Z-DNA, triplex DNA e DNA Cruciforme, todas ocorrendo de forma natural dentro das células animais.

O estudo revelou que os i-motif tendem a aparecer nas áreas do código genético conhecidas como promotoras, que são aquelas que determinam se os genes serão ativados ou não. Além disso, a estrutura também aparece nos telômeros, região do DNA que dita os marcadores genéticos de envelhecimento. "Parece provável que eles estejam lá para ajudar a ligar ou desligar genes, e para determinar se um gene é lido ativamente ou não", disse Mahdi Zeraati, um dos cientistas da equipe de estudos.

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