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Sabia que catar concha na praia é crime? Entenda

Sim, retirar conchas é proibido em diversos países, inclusive no Brasil. Entenda a importância delas para o meio ambiente

18 abr 2024 - 10h31
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Você costuma catar conchas quando vai à praia? Sabia que você pode estar cometendo um crime? Sim, retirar conchas é proibido em diversos países, inclusive no Brasil.

Foto: Freepik / Porto Alegre 24 horas

Em um caso emblemático nos Estados Unidos, em 2018, uma turista foi condenada a 15 dias de prisão e multada em cerca de US$ 800 (equivalente a R$ 3 mil na época) por coletar conchas em uma praia do sul da Flórida, segundo o jornal Miami Herald.

Outro país que não dá moleza para quem quer levar uma "lembrancinha" da orla marítima é a Itália, onde retirar areia, pedras e conchas das praias pode resultar em pena de um a seis anos de prisão.

No Brasil, a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) proíbe o comércio de corais e artesanato com corais (Art. 33), com pena de um a três anos de detenção. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) também orienta que a coleta de conchas, pedras, estrelas do mar e ouriços seja evitada em todas as praias do país.

Mas por que não se pode levar as conchas da praia?

Uma das respostas para esta pergunta pode estar ligada ao CaCO3.

"As conchas encontradas nas praias são produzidas por animais invertebrados chamados moluscos, especialmente os bivalves (possuem duas conchas articuladas, como o marisco branco, moçambique e ostras) e os gastrópodes (apresentam apenas uma concha, como os caracóis e búzios). Elas são responsáveis por proteger o corpo mole do organismo, sendo rígidas e compostas por carbonato de cálcio (CaCO3)", explica a bióloga Anna Clara Assumpção, mestre em geociências ênfase em Paleontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Segundo Assumpção, esse carbonato de cálcio vai sendo depositado em camadas conforme o crescimento do molusco e, após sua morte, os minerais voltam para o ambiente. "Não são só os moluscos que utilizam o CaCO3, ele também está presente em esqueletos, conchas e partes mineralizadas de estrelas-do-mar, crustáceos, minhocas marinhas, ouriços, corais, entre outros".

Anna Clara ainda pontua que conchas e moluscos são fundamentais para pesquisar sobre o passado. Segundo a bióloga, as conchas após a morte podem ficar por muito tempo na praia, algumas, às vezes, podem estar a mais de 30.000 anos ali. "Quando nós pesquisadores formos estudá-las, podemos acessar as espécies de moluscos que existiam no passado, quais eram as condições ambientais em que ele viveu (temperatura, salinidade, nível do mar) e com que organismos interagiam (através de traços e marcas na valva)", concluiu.

Porto Alegre 24 horas
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