Orientação vocacional ganha novo papel nas escolas
Com altas taxas de evasão e crescimento da ansiedade entre jovens, escolas reforçam a orientação vocacional baseada em autoconhecimento para apoiar escolhas de carreira mais conscientes e reduzir o abandono no ensino superior.
O cenário do ensino superior no Brasil em 2025 apresenta um paradoxo: embora um diploma universitário possa elevar o salário de um profissional em até 148% em comparação a quem possui apenas o ensino médio, a dificuldade em concluir a graduação nunca foi tão evidente. Dados recentes do Instituto Semesp indicam que 55,5% dos alunos desistem de seus cursos antes da formatura. Entre os principais motivos para esse abandono estão a desconexão com o curso e a falta de suporte das instituições durante a fase de escolha profissional.
O impacto não é apenas financeiro, mas também de saúde pública. Uma pesquisa da Ipsos realizada em 2024 revelou que 65% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos sofrem de ansiedade, o índice mais alto entre as faixas etárias monitoradas. Especialistas apontam que a pressão para "acertar de primeira" em uma decisão tomada aos 17 anos é um dos gatilhos para esse quadro.
Para reverter esses números, instituições de ensino básico têm reformulado seus programas de orientação. Estudos indicam que estudantes que desenvolvem uma identidade vocacional sólida ainda na escola apresentam maior empenho nos estudos e fazem escolhas de carreira mais assertivas.
Nesse contexto, o Elite Rede de Ensino defende que a escolha de um curso deve ir muito além do prestígio da carreira ou do que está escrito no diploma. Segundo Giovanna Veras, analista pedagógica das turmas de Ensino Médio e Pré-vestibular do Elite Rede de Ensino, o foco deve estar na rotina e no autoconhecimento.
"O erro mais frequente é o jovem tentar atender ao que os outros esperam — seja a família ou as tendências passageiras do mercado — e esquecer da própria identidade. No Elite, substituímos os tradicionais protocolos engessados por um acompanhamento constante. Observamos como o jovem reage a desafios práticos: o que desperta brilho nos olhos e o que traz cansaço", explica Giovanna.
A falta de clareza sobre o dia a dia das profissões é apontada pelos especialistas como um dos principais fatores para a frustração acadêmica. A estratégia para mitigar esse risco passa por tirar o aluno da teoria. Projetos de pesquisa e simulados, por exemplo, permitem que o estudante descubra seus pontos fortes na prática, antes de "bater o martelo" sobre o curso.
Giovanna destaca que a orientação profissional moderna não deve ser um evento isolado, mas parte da rotina escolar. "Quando o aluno percebe que tem suporte técnico e emocional, a insegurança diminui. Ele entende que as dúvidas fazem parte do caminho e que estamos aqui para ajudá-lo a transformar essa confusão em escolhas conscientes", pontua.
Além da escola, o papel da família é determinante para reduzir a pressão. O melhor apoio, segundo a especialista, é aquele que oferece espaço para o estudante explorar opções com segurança, sabendo que tem liberdade para recalcular a rota se necessário.
Para quem está dividido entre duas ou mais áreas, a recomendação é manter a calma e analisar as grades curriculares e o impacto da tecnologia em cada setor. O objetivo final não é uma decisão definitiva para o resto da vida, mas uma escolha fundamentada. "As carreiras evoluem e nós também mudamos. Não há o peso de 'acertar de primeira', há a oportunidade de começar um caminho baseado em reflexão e informação", conclui Veras.
Website: https://ensinoelite.com.br/