PUBLICIDADE

Política

Moro diz que não perseguirá cargos: "serei técnico"

Juiz federal nomeado ministro da Justiça afirma que cargo envolve "conversa com as pessoas", mas que não se vê como um "político verdadeiro"

5 nov 2018 - 22h35
(atualizado em 6/11/2018 às 07h45)
Compartilhar
Exibir comentários

CURITIBA - Futuro ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, o juiz federal Sérgio Moro afirmou na noite desta segunda-feira, 5, que não há "demérito na política", mas que ocupará um "cargo técnico" no governo do presidente eleito. A declaração de Moro foi feita durante abertura de uma conferência na sede da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), em Curitiba.

Juiz federal Sérgio Moro será ministro da Justiça do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
Juiz federal Sérgio Moro será ministro da Justiça do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB / Estadão

"Não há demérito na política, meu objetivo não é perseguir cargos, serei um técnico dentro do Ministério da Justiça", afirmou. "Não me vejo ingressando na política, não me vejo como um político verdadeiro, vou para o Ministério da Justiça mais a Segurança em uma posição mais técnica. Isso envolve uma certa política, conversar com as pessoas", disse.

Sobre sua participação no governo, Moro afirmou que deverá apresentar um pacote de ações no início do ano. "Será um pacote legislativo para apresentar com uma série de medidas anticorrupção e contra o crime organizado", disse.

Na conferência, Moro apresentou dados da Operação Lava Jato. Durante a apresentação, o juiz afirmou que a Petrobrás teve perdas de R$ 6 bilhões em desvios e que a Lava Jato recuperou R$ 2 bilhões. "É inegável que temos pessoas poderosas (presas)", afirmou.

Ele citou casos de dirigentes da Petrobrás e de políticos. "Ex-deputados, ex-governadores, um ex-presidente da Câmara e um ex-presidente da República", disse, lembrando que investigações anteriores à Lava Jato não tiveram o mesmo êxito. Ele citou o caso do Anões do Orçamento. "Isso mudou com o mensalão", afirmou.

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, elogiou a indicação do juiz e ressaltou a importância de união. "Não adianta termos um novo presidente e um novo Congresso se não nós unirmos. Parabéns ao nosso ministro", disse.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade