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Mundo

Venezuela revoga autorização para custódia brasileira na embaixada argentina

Até que uma solução diplomática clara seja estabelecida, o Itamaraty afirmou que não deixará de representar a o país governado por Javier Milei

7 set 2024 - 10h41
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Em uma movimentação diplomática inesperada, o governo da Venezuela revogou a autorização que permitia à embaixada argentina em Caracas ter a custódia do Brasil no país. A revelação veio à tona por meio de fontes da oposição venezuelana e diplomatas brasileiros, e foi confirmada pela CNN na última sexta-feira, 6.

Javier Milei
Javier Milei
Foto: depositphotos.com / Tennessee / Perfil Brasil

O Itamaraty já foi informado extraoficialmente sobre a revogação pela Venezuela. Apesar disso, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro garantiu que continuará a representar a Argentina até que se encontre um país substituto aceito por ambas as nações, Argentina e Venezuela.

O que levou a Venezuela a revogar a autorização da custódia sobre a embaixada argentina?

Originalmente, a autorização foi concedida em agosto de 2024 depois que a Venezuela decidiu expulsar equipes diplomáticas de pelo menos sete países, como Argentina e Peru. A expulsão foi uma retaliação às acusações de fraude nas eleições presidenciais venezuelanas.

Nas últimas semanas, dois eventos específicos intensificaram o conflito: as declarações do presidente argentino, Javier Milei, sobre a suspensão do X no Brasil e a recente iniciativa da Argentina de pedir ao Tribunal Penal Internacional (TPI) ordens de prisão contra Nicolás Maduro e outros membros do governo venezuelano.

Há uma crescente preocupação entre os militares brasileiros de que a revogação da autorização possa resultar na prisão dos argentinos que estão sob a custódia do Brasil na embaixada. Pedro Urruchurtu, integrante da equipe de María Corina Machado e atualmente asilado na embaixada, relatou em suas redes sociais atividades suspeitas nas proximidades da embaixada.

Segundo Urruchurtu, na noite da última sexta-feira, patrulhas do Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência (Sebin) e do Corpo Nacional Bolivariano de Polícia (DAET), juntamente com oficiais encapuzados e armados, cercaram e sitiaram a Residência Argentina em Caracas, que se encontra sob a custódia e proteção do governo brasileiro.

Quais os próximos passos?

Até que uma solução diplomática clara seja estabelecida, o Itamaraty afirmou que não deixará de representar a Argentina. No entanto, incertezas permanecem sobre como a situação pode evoluir. A situação atual pode abrir espaço para negociações bilaterais mais intensas, tanto entre Brasil e Venezuela quanto entre Argentina e Venezuela.

Além disso, os riscos à segurança dos cidadãos argentinos asilados são uma preocupação imediata, e medidas de segurança adicionais podem ser necessárias. Vale acrescentar que a postura internacional da Venezuela pode ser afetada, especialmente se o TPI emitir ordens de prisão contra Nicolás Maduro.

O pedido da Argentina ao Tribunal Penal Internacional para que emita ordens de prisão contra Nicolás Maduro e membros do governo venezuelano é um movimento significativo. A decisão do TPI pode ter consequências consideráveis tanto para os envolvidos diretamente quanto para as relações internacionais da Venezuela.

O tribunal iniciará uma investigação profunda para determinar se há evidências suficientes que justifiquem as ordens de prisão. Caso as ordens de prisão sejam emitidas, a Venezuela pode enfrentar sanções adicionais e um isolamento ainda maior no cenário internacional. Dentro da Venezuela, a medida pode exacerbar tensões políticas e sociais, dependendo da resposta do governo de Nicolás Maduro.

Perfil Brasil
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