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Socialista Sánchez assume como premiê espanhol após moção de censura a Rajoy

1 jun 2018 - 09h33
(atualizado às 09h34)
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O socialista Pedro Sánchez assumiu como primeiro-ministro da Espanha nesta sexta-feira depois que o líder Mariano Rajoy foi vítima de uma moção de censura no Parlamento, desencadeada por um julgamento de corrupção em andamento há tempos envolvendo membros de seu partido de centro-direita.

Novo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, cumprimenta o ex-premiê Mariano Rajoy após moção de censura no Parlamento em Madri 01/06/2018 Pierre-Philippe Marcou/Pool via REUTERS
Novo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, cumprimenta o ex-premiê Mariano Rajoy após moção de censura no Parlamento em Madri 01/06/2018 Pierre-Philippe Marcou/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

Líder do Partido Socialista, Sánchez se tornou o sétimo premiê espanhol desde o retorno do país à democracia no final dos anos 1970, na esteira do fim da ditadura de Francisco Franco.

Mas a queda de Rajoy depois de seis anos no cargo cria um cenário de incerteza em uma das quatro maiores economias da União Europeia no momento em que a Itália escapou por pouco de eleições antecipadas.

A moção de censura foi aprovada nesta sexta-feira com 180 votos a favor, 169 contra e uma abstenção.

Na quinta-feira Sánchez deu a entender que tentará governar até meados de 2020, o final previsto do mandato parlamentar, mas não está claro quanto tempo sua gestão, que só contará com 84 deputados socialistas na assembleia de 340 cadeiras, pode durar.

Mas como a maioria dos partidos e o próprio Sánchez são pró-Europa, os investidores veem um risco político menor do que na Itália.

Muitos observadores disseram que, de qualquer maneira, é improvável que Sánchez convoque uma votação antes da realização das eleições locais, regionais e europeias programadas para maio do ano que vem.

Ele já se comprometeu a respeitar o orçamento aprovado por Rajoy, e o Parlamento fragmentado tornará difícil para Sánchez reverter as reformas estruturais aprovadas por seu antecessor, entre elas novas leis trabalhistas e cortes na saúde e na educação.

O partido de esquerda Podemos, que dará apoio parlamentar ao governo de Sánchez, tampouco deve ganhar muita influência sobre o novo primeiro-ministro, que está determinado a diferenciar seu partido de seu aliado antiausteridade e reconquistar o eleitorado de centro.

Rajoy reconheceu a derrota já antes da votação da moção de censura, dizendo aos deputados: "O senhor Sánchez será o chefe de governo, e me permitam ser o primeiro a parabenizá-lo".      

A posição de Rajoy foi se tornando cada vez mais insustentável, minada por sua condição de líder de um governo de minoria maculado pela corrupção e uma iniciativa independentista polarizadora na rica região da Catalunha.

O Partido Nacionalista Basco, cujas cinco cadeiras foram essenciais para Sánchez obter apoio parlamentar suficiente, deixou de endossar Rajoy depois que dezenas de pessoas ligadas ao seu Partido Popular (PP) foram condenadas a décadas de prisão em um julgamento de corrupção.

Dois partidos favoráveis à independência da Catalunha, assim como o Podemos, apoiaram Sánchez. O Ciudadanos, pró-mercado e que lidera as pesquisas de opinião nacionais, foi o único grande partido a apoiar Rajoy.

Sánchez, que deve tomar posse na segunda-feira e nomear seu gabinete na semana que vem, prometeu iniciar conversas com os catalães, mas disse que não dará a eles um referendo sobre a independência.

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