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Sobe para 99 nº de mortos por erupção de vulcão na Guatemala

Segundo as autoridades, apenas 28 pessoas foram identificadas e ainda há 197 desaparecidos; lama vulcânica interrompe trabalhos de resgate

6 jun 2018 - 23h57
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Foto: Carlos Jasso / Reuters

O número de mortos pela violenta erupção no domingo do Vulcão de Fogo na Guatemala subiu nesta quarta-feira para 99, enquanto os desaparecidos são 197. Apenas 28 vítimas foram identificadas.

O Instituto Nacional de Ciências Forenses da Guatemala (Inacif) informou que 24 corpos foram levados a diferentes necrotérios em três departamentos do país. O maior número de vítimas está em Escuintla, na região sul.

O porta-voz da Coordenação Nacional para a Redução de Desastres (Conred), David de León, indicou que 197 pessoas estão parecidas, 5 a mais do que o informado no último relatório do órgão.

As autoridades da Guatemala registraram hoje a movimentação de "lahares" - uma corrente de "lama" vulcânica - no sudoeste do vulcão, de 3.763 metros de altitude, passando por várias comunidades do departamento de Escuintla.

Ao menos 65 pessoas morreram na Guatemala na erupção do vulcão de Fuego, que arrasou vários povoados com uma avalanche de lama e cinza incandescentes.

A Conred afirmou que desde as explosões do domingo mais de 12 mil pessoas foram retiradas de suas casas perto da região do vulcão. Os hospitais atenderam 6.757 guatemaltecos por diversos motivos.

Os resgates foram suspensos na tarde desta quarta-feira depois da passagem de dois "lahares" fortes no oeste do vulcão.

"Os trabalhos devem voltar amanhã", disse De León.

O porta-voz da Conred explicou que o aeroporto internacional de Aurora, na capital do país, foi afetado pela erupção, mas já voltou a funcionar. Além dele, duas estradas sofreram com as explosões e uma ponte foi destruída, segundo o governo local.

Vulcão de Fogo tem nova erupção na Guatemala:

O Instituto de Vulcanologia (Insivumeh) informou nesta quarta-feira que as chuvas na região do vulcão podem provocar avalanches devido à grande quantidade de material expelido no domingo, durante a forte erupção.

O órgão adverte que os fluxos vulcânicos podem transportar "material fino similar ao cimento, pedras de 1 metro de diâmetro e troncos de árvores".

"A atividade prossegue e não se descarta a possibilidade que uma nova torrente de fluxos piroclásticos nas próximas horas ou dias, pelo qual se recomenda não permanecer na zona".

O vulcão registra explosões fracas a um ritmo de 4 a 5 por hora, que geram uma coluna de fumaça cinza de 4.700 metros de altura.

"As explosões estão provocando avalanches moderadas que têm a distância aproximada de 800 a mil metros e, em sua trajetória, estão carregando material fino a uma altura de cerca de 100 metros", afirmou o Instituto de Vulcanologia.

"Há cinzas persistentes no meio ambiente".

Centenas de pessoas foram evacuadas de sete comunidade na região de Escuintla perto do cume, enquanto moradores fugiam de carro desesperadamente, provocando um trânsito caótico.

Uma grande nuvem de cinzas se elevou ali. Todos os morados encontrados pelas autoridades foram evacuados, antes que a polícia, os militares e as equipes de resgate recebessem ordens de se retirar.

Centenas de agentes trabalhavam em condições adversas para procurar restos mortais no emaranhado de escombros, poeira e terra deixados pelos deslizamentos de terra.

Toda a área de buscas estava coberta por uma grossa camada de poeira. A polícia usava tinta vermelha para marcar as casas onde já haviam buscado corpos. Mais de 12 mil pessoas foram evacuadas de suas casas, segundo a Conred, e mais de 3 mil estavam em abrigos temporários.

Nesta quarta-feira, voluntários locais se organizavam para distribuir comida aos agentes de resgate. "Viemos em apoio às pessoas que estão arriscando suas vidas pelos que moram aqui", disse Gladys Vian, de 56 anos.

- O mais forte em décadas -

Essa foi a erupção mais forte registrada na Guatemala em quatro décadas.

As nuvens de poeira na região cobriram estradas, carros e pessoas, enquanto um rio de lama derretida escorria pela montanha.

Autoridades disseram que a velocidade a força da erupção surpreendeu as comunidades, com muitos mortos dentro de casa.

Apesar de ofertas de ajuda de Estados Unidos, México e outros vizinhos latino-americanos, autoridades guatemaltecas não requisitaram apoio internacional.

O Ministério de Relações Exteriores afirmou que a Conred vai ajudar a determinar a necessidade desses pedidos.

O presidente Jimmy Morales foi criticado nas redes sociais por esperar passivamente para reagir a ofertas ajuda internacional. O diretor da Cruz Vermelha deve visitar a Guatemala nesta quinta-feira, informou a organização, com sede em Genebra. / EFE e AFP

Estadão
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