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Mundo

Salvini vira réu por sequestro em caso de migrantes

Caso é referente à ONG espanhola Open Arms em 2019

17 abr 2021 - 10h38
(atualizado às 10h53)
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O ex-ministro do Interior e atual senador, Matteo Salvini, foi indiciado formalmente neste sábado (17) por sequestro de pessoa e recusa de atos oficiais no caso que envolve a proibição de desembarque de 147 migrantes que estavam em um barco da ONG espanhola ProActiva Open Arms em agosto de 2019.

Assim, o juiz de Palermo, Lorenzo Jannelli, aceitou a denúncia da Procuradoria, que acusava o então ministro de ter feito um procedimento "ilegal" ao negar a entrada dos estrangeiros na ilha de Lampedusa.

A defesa alegou durante todo o processo que a decisão do então ministro tinha como foco proteger as fronteiras italianas e que foram tomadas de maneira conjunta com todo o governo.

O processo será iniciado em 15 de setembro perante os juízes da Segunda Seção Penal do Tribunal de Palermo.

Após o anúncio de Jannelli, Salvini usou as redes sociais para se manifestar sobre a decisão. "Indiciado. 'A defesa da Pátria é um dever sacro do cidadão'. Artigo 52 da Constituição. Vou ser processado por isso, por ter defendido o meu país? Vou de cabeça erguida, também em nome de vocês. Primeiro a Itália, sempre", escreveu o senador.

O líder do partido de extrema-direita Liga Norte manteve o navio da ONG por 20 dias estacionado em frente à ilha. Os migrantes só puderam descer da embarcação após uma intervenção da Justiça Administrativa, que determinou o desembarque por motivos sanitários.

Ministro do Interior entre junho de 2018 e setembro de 2019, Salvini endureceu as políticas migratórias da Itália com a instituição de dois "Decretos de Imigração e Segurança", que ficaram conhecidos como "Decretos Salvini".

Entre as medidas, havia a restrição da estadia por motivos humanitários, multas de até 1 milhão de euros para as ONGs que navegassem sem permissão nas águas territoriais italianas e prisão em flagrante de comandantes que desafiassem autoridades.

Os "Decretos Salvini" foram revogados após a Liga abandonar a coalizão política do ex-premiê Antonio Conte. .

Ansa - Brasil   
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