Script = https://s1.trrsf.com/update-1764790511/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Rússia vai punir quem acessar conteúdos considerados extremistas; sites de opositores e LGBT são visados

O Parlamento russo aprovou na terça-feira (22) uma nova legislação que prevê multas para usuários que acessarem conteúdos online classificados como "extremistas" pelas autoridades do país. A medida, que visa principalmente sites ligados à oposição ou postagens sobre temática LGBTQIA+, é vista como mais um passo na repressão por meio do endurecimento do controle estatal sobre o ambiente digital.

23 jul 2025 - 15h52
(atualizado às 15h58)
Compartilhar
Exibir comentários

O Parlamento russo aprovou na terça-feira (22) uma nova legislação que prevê multas para usuários que acessarem conteúdos online classificados como "extremistas" pelas autoridades do país. A medida, que visa principalmente sites ligados à oposição ou postagens sobre temática LGBTQIA+, é vista como mais um passo na repressão por meio do endurecimento do controle estatal sobre o ambiente digital.

Bandeira russa diante da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento (imagem ilustrativa).
Bandeira russa diante da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento (imagem ilustrativa).
Foto: AP - Alexander Zemlianichenko / RFI

Jean-Didier Revoin, correspondente da RFI em Moscou, com agências

Com 306 votos a favor, 67 contra e 22 abstenções, os deputados da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento russo, ratificaram uma série de emendas que ampliam os mecanismos de vigilância na internet. A nova lei entra em vigor em 1º de setembro e prevê multas entre € 35 e € 55 (entre cerca de R$ 220 e R$ 360 na cotação atual)para quem for flagrado acessando deliberadamente na internet algum material contestado pelo Kremlin. O uso de VPNs, dispositivos que permitem acessar internet sem depender dos sistemas de conexão local, será considerado uma circunstância agravante.

Embora o governo alegue que a medida visa combater fraudes e crimes digitais, críticos apontam que a definição de "conteúdo extremista" é arbitrária e serve para silenciar opositores. Entre os alvos já classificados como extremistas estão o Fundo Anticorrupção de Alexei Navalny e o movimento LGBTQIA+.

"As pessoas não querem essa lei", declarou deputado Vladislav Davankov, do partido liberal "Novas Pessoas". Mas o presidente da Duma, Viatcheslav Volodin, defendeu a medida como uma forma de proteger o país de plataformas ocidentais "nas mãos de nações hostis".

O texto segue agora para o Senado russo e, se aprovado, será promulgado pelo presidente Vladimir Putin.

"Agentes estrangeiros"

Nos últimos anos, o governo russo tem adotado uma série de medidas para restringir o acesso à informação. Plataformas como YouTube, Facebook e Twitter foram bloqueadas ou severamente limitadas, sob a justificativa de proteger a segurança nacional e combater a influência estrangeira.

Além disso, diversos veículos de imprensa independentes, mas também associações e organizações não-governamentais, foram rotulados como "agentes estrangeiros", o que impôs restrições legais e financeiras severas, levando muitos a encerrar suas atividades ou operar no exílio. Organizações ligadas à oposição, como o Fundo Anticorrupção de Alexei Navalny, foram banidas e classificadas como extremistas, dificultando ainda mais o acesso da população a fontes alternativas de informação.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade