Rússia acusa EUA de instalar mísseis na Europa e anuncia fim de acordo militar
País prometeu não instalar mísseis se EUA fosse recíproco a ação
Rússia abandona acordo de moratória de mísseis com os EUA, acusando Washington de instalar armamento na Europa e Ásia-Pacífico, e promete novas medidas em resposta.
A Rússia anunciou nesta segunda-feira, 4, que está abandonando formalmente o acordo com os Estados Unidos de não instalar mísseis de curto e médio alcance na Europa e na Ásia-Pacífico. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do país (MFA), os EUA estão posicionando armamento nas regiões, o que tira a recíproca da promessa russa.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
“À medida em que a situação evolui com os sistemas INF terrestres de fabricação norte-americana a serem posicionadas na Europa e na Ásia-Pacífico, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirma que as condições para a manutenção de uma moratória unilateral sobre a implantação de sistemas semelhantes deixaram de existir”, escreveu o órgão nas redes sociais.
⚡️ As the situation evolves with US-made ground-based INF systems being deployed in Europe and the Asia-Pacific, @mfa_russia states that conditions for maintaining a unilateral moratorium on the deployment of similar systems have ceased to exist.https://t.co/SMrA7xtKlz pic.twitter.com/9wop8YQWVl
— MFA Russia 🇷🇺 (@mfa_russia) August 4, 2025
A moratória foi adotada entre Moscou e Washington em 2019, após os EUA deixarem o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), assinado em 1987. Ele proibia o uso de mísseis com alcance entre 500 e 5.500 km.
No mesmo ano, o país norte-americano deixou o acordo depois de acusar a Rússia de desenvolver um míssil 9M729, que teria alcance de até 1.500 km. O país negou, mas também deixou a promessa. No entanto, pouco depois, retornou propondo manter a moratória de forma voluntária com a condição de que os EUA fizessem o mesmo.
Segundo informações da BBC, na semana passada, Donald Trump ordenou que dois submarinos nucleares “fossem posicionados nas regiões apropriadas” em resposta ao que ele chamou de comentários “altamente provocativos” do ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia Dmitri Medvedev.
Nesta segunda-feira, após a declaração do MFA, Medvedev afirmou que a saída do acordo era culpa dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e de sua “política antirussa”. “Essa é a nova realidade com a qual nossos oponentes terão que lidar. Espere novas medidas”, escreveu no X (antigo Twitter).