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Putin cria braço político para Exército russo evocando memórias da União Soviética

31 jul 2018 - 13h55
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criou um novo departamento dentro do Exército russo para promover o patriotismo, evocando memórias de uma prática soviética sob a qual soldados aprendiam os preceitos do marxismo e do leninismo com comissários políticos.

Presidente russo, Vladimir Putin, se prepara para pronunciamento ao lado de comandantes militares em São Petersburgo, no ano passado.
30/07/2017
REUTERS/Alexander Zemlianichenko/Pool
Presidente russo, Vladimir Putin, se prepara para pronunciamento ao lado de comandantes militares em São Petersburgo, no ano passado. 30/07/2017 REUTERS/Alexander Zemlianichenko/Pool
Foto: Reuters

A medida, aprovada por Putin em decreto presidencial publicado na segunda-feira, afetará os cerca de um milhão de militares ativos na Rússia e parece elaborada para garantir a lealdade dos soldados em um momento em que o país está envolvido em um impasse geopolítico com o Ocidente.

"Em condições de um confronto global psicológico e de informação (com o Ocidente) o papel da unidade política e moral dentro do Exército e da sociedade cresce drasticamente", disse Alexander Kanshin, integrante de uma organização civil que elabora políticas militares, à agência de notícias Interfax em fevereiro.

Na União Soviética, um diretório semelhante trabalhava para garantir que o Exército permanecesse leal ao então governista Partido Comunista.

Putin, comandante-chefe das Forças Armadas russas, concorreu como candidato independente quando foi reeleito em março, mas é apoiado pelo partido governista Rússia Unida.

Seu decreto disse que o novo departamento será responsável por trabalho "militar-patriótico". Em outro decreto, o presidente russo escolheu o general Andrei Kartapolov, veterano do conflito na Síria, como novo chefe do departamento e vice-ministro de Defesa.

O Ministério da Defesa não divulgou detalhes do novo departamento, mas uma fonte militar que não quis ser identificada disse ao jornal Kommersant que Kartapolov também será responsável pelas atividades da Yunarmiya, uma organização patriótica de jovens militares patrocinada pelo ministério.

Depois da anexação da Criméia da Ucrânia, em 2014, pela Rússia, considerada pelo Kremlin como um grande sucesso, a influência dos militares tem crescido na política interna e externa, especialmente na Síria.

Os bolcheviques, cuidadosos com a lealdade do Exército, introduziram comissários políticos em 1918. No final do período soviético, oficiais políticos buscavam garantir que os soldados conhecessem sua doutrina comunista e a lealdade deles.

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