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Presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morre em queda de helicóptero

Funeral do mandatário será realizado nesta terça-feira

20 mai 2024 - 07h57
(atualizado às 08h24)
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O governo iraniano confirmou na madrugada desta segunda-feira (20) a morte do presidente Ebrahim Raisi e de sua comitiva, após a queda do helicóptero que os transportava para o país depois de uma visita à fronteira com o Azerbaijão.

    Raisi, de 63 anos, viajava das zonas fronteiriças do nordeste para a cidade de Tabriz, na província do Azerbaijão Oriental, onde inauguraria uma refinaria no último domingo (19).

    Segundo a imprensa oficial iraniana, o helicóptero caiu numa região montanhosa do Irã, entre as aldeias de Pir Davood e Uzi, na província iraniana de Azerbaijão Oriental, em razão das más condições climáticas.

    A agência de notícias Mehr afirmou que o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, o governador da província do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati, e o líder religioso de Tabriz, Mohammadali Al-Hashem, também morreram a bordo da mesma aeronave.

    Entre as vítimas estão ainda o guarda-costas do presidente, o general Mehdi Mousavi, membro da base Ansar al-Mahdi da Guarda Revolucionária, o piloto, o co-piloto e o engenheiro de voo.

    O acidente ocorreu por volta das 13h30 (horário local) do último domingo, logo após Raisi visitar o rio Aras, na fronteira com a República do Azerbaijão, para inaugurar uma barragem juntamente com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.

    Os destroços do helicóptero foram encontrados após mais de 12 horas de buscas em uma região remota do noroeste do país, na floresta de Dizmar, depois de um drone enviado pela Turquia com sensores de calor identificar o local da queda.

    Segundo o chefe do Crescente Vermelho do Irã, Pir-Hossein Kolivand, citado pela imprensa local, todos os corpos foram transferidos para Tabriz, perto do local do acidente. As operações de busca são, portanto, consideradas concluídas.

    Conforme noticiado pela agência Mehr, o funeral do presidente iraniano será realizado nesta terça-feira (21), em Tabriz. Após a confirmação da morte, o governo iraniano anunciou ainda que continuará a operar "sem interrupção" e decretou cinco dias de luto nacional.

    "O trabalhador e incansável presidente do povo iraniano sacrificou a sua vida pela nação", afirmou em comunicado.

    "Garantimos à nação leal que, com a ajuda de Deus e o apoio do povo, não haverá a menor interrupção na administração do país".

    Mais cedo, uma reunião emergencial foi presidida por Mohammad Mokhber, o primeiro vice-presidente, que de acordo com a constituição, em caso de morte súbita do chefe do governo, terá de ocupar o cargo de mandatário enquanto novas eleições deverão ser realizadas dentro de 50 dias.

    De acordo com o Ministério do Esportes e Juventude, todas as competições esportivas agendadas para esta semana no Irã foram canceladas na sequência da morte do presidente iraniano.

    O guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, classificou a morte de Raisi como um "acidente amargo" e afirmou que ele era "uma pessoa amigável, sincera e valiosa que estava incansavelmente ao serviço do povo e também dos funcionários que o acompanhavam".

    Khamenei também confirmou que o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, assumirá a responsabilidade pela administração até as próximas eleições presidenciais.

    "O vice-presidente é responsável pela organização das eleições presidenciais, juntamente com os chefes do Parlamento e do poder judicial, no prazo de 50 dias, de acordo com a Constituição", explicou ele.

    Em nota, o Conselho Estratégico para as Relações Exteriores, citado pela IRNA, afirmou também que o caminho da política externa iraniana continuará sob a liderança do líder Ali Khamenei.

    "O presidente e ministro das Relações Exteriores fizeram todo o possível para materializar os interesses nacionais da República Islâmica e fizeram desenvolvimentos admiráveis na luta contra as tirânicas sanções estrangeiras contra o Irã, bem como no apoio ao movimento de resistência na região e para o povo herói da Palestina", conclui o texto. .

Ansa - Brasil   
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