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Sri Lanka: Polícia investiga grupo suspeito de atentados

A polícia fez uma varredura na sede de um grupo extremista islâmico

28 abr 2019 - 16h54
(atualizado às 17h41)
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A polícia do Sri Lanka fez uma varredura na sede de um grupo extremista islâmico fundado pelo suposto líder dos atentados suicidas em igrejas e hotéis durante a Páscoa, disse uma testemunha da Reuters, com a missa deste domingo sendo cancelada devido a temores de novos ataques.

A polícia vasculhou a sede do National Thawheedh Jamaath (NTJ) na cidade de Kattankudy e deteve um homem no local, disse um repórter da Reuters na cidade. A polícia não comentou o episódio. No sábado, o governo proibiu o NTJ sob novas leis de emergência.

Sacerdote coloca flores em local de funeral coletivo no Sri Lanka
25/04/2019 REUTERS/Athit Perawongmetha
Sacerdote coloca flores em local de funeral coletivo no Sri Lanka 25/04/2019 REUTERS/Athit Perawongmetha
Foto: Reuters

As autoridades acreditam que Zahran Hashim, o fundador do NTJ, tenha sido o mentor e também um dos nove homens-bomba nos ataques do domingo de Páscoa, que mataram 253 pessoas. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelos ataques.

A polícia suspeita que os atentados foram realizados por dois grupos islâmicos locais, incluindo o estabelecido por Zahran. Cerca de 10 mil soldados foram mobilizados na ilha, enquanto as autoridades buscam mais suspeitos.

Fontes policiais disseram à Reuters no domingo que o pai de Zahran e dois irmãos foram mortos dois dias antes em uma troca de tiros com forças de segurança. Um parente identificou os três homens em um vídeo circulando nas mídias sociais pedindo guerra contra os não-muçulmanos.

O arcebispo de Colombo Malcolm Ranjith, que pediu a igrejas para suspenderem a missa dominical devido a temores de segurança, fez um sermão especial transmitido pela televisão em uma capela na sua própria casa. A cerimônia contou com a presença do presidente Maithripala Sirisena, do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe e do ex-presidente Mahinda Rajapaksa.

O arcebispo disse no início da semana que teve acesso a um documento de segurança interna alertando sobre novos ataques contra as igrejas.

"Não podemos matar alguém em nome de Deus... É uma grande tragédia que aconteceu", disse o arcebispo em seu sermão.

"Estendemos nossa mão de amizade e fraternidade a todos os nossos irmãos e irmãs de qualquer classe, sociedade ou religião que nos diferencie."

O arcebispo e os líderes políticos acenderam velas para homenagear as vítimas.

A maioria dos mortos nos ataques do domingo de Páscoa era do Sri Lanka. Entre as vítimas, havia ainda 40 estrangeiros, incluindo britânicos, americanos, australianos, turcos, indianos, chineses, dinamarqueses, holandeses e portugueses.

A polícia acredita que o pregador radical muçulmano Zahran levou o NTJ - ou uma facção dissidente - a realizar os ataques em Colombo, bem como em uma igreja em Batticaloa, no leste.

As autoridades nomearam outro grupo suspeito de envolvimento, o Jammiyathul Millathu Ibrahim.

Nenhum desses grupos era muito conhecido antes dos ataques, mas o governo está sendo duramente criticado por não atender aos alertas de inteligência dos ataques, incluindo um do serviço de espionagem da Índia horas antes dos ataques.

Na sexta-feira, Sirisena disse que o governo liderado pelo primeiro-ministro Wickremesinghe deveria assumir a responsabilidade pelos ataques e que as informações prévias sobre os ataques não eram compartilhadas com ele.

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