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Papa diz que tensão e debate são inevitáveis, então abrace-os

18 mai 2024 - 13h21
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Argumentos e tensões na sociedade moderna não deveriam ser jogados para debaixo do tapete, disse neste sábado o papa Francisco, alertando que a tentativa de impor uma versão uniforme a sobre os assuntos alimenta a frustração e a violência.

Discursando em um encontro pela paz em um anfiteatro romano na cidade de Verona, no norte da Itália, o pontífice disse que as pessoas precisam aprender a lidar com conflitos antes de eles saírem do controle, mas também reconhecer que a divergência de opiniões é saudável.

"Uma sociedade sem conflitos é uma sociedade morta. Uma sociedade que esconde conflitos é uma sociedade suicida. Uma sociedade que trabalha os conflitos é uma sociedade do futuro", afirmou o papa a cerca de 12.500 pessoas reunidas no local. "A falha das ditaduras é não admitir a pluralidade."

Foi a segunda viagem curta do papa para o norte da Itália em três semanas, após sua visita a Veneza no mês passado, em jornadas que se tornaram um teste para a sua saúde após várias doenças no último ano, que em algumas ocasiões o forçaram a diminuir as aparições públicas.

Como é normal agora, o pontífice de 87 anos passeou de cadeira de rodas e pareceu estar bem ao se encontrar com padres e crianças na cidade, antes de participar da conferência de paz e almoçar em uma cadeia local com os prisioneiros que lá vivem.

Francisco afirmou que o mundo está sendo assolado por guerras, mas lembrou que as pessoas comuns precisam tentar construir pontes e evitar serem arrastadas para um conflito armado por causa de seus líderes.

"Ideologias não têm pés para andar, mãos para curar feridas, olhos para ver o sofrimento dos outros. A paz é feita com pés, mãos e olhos das pessoas envolvidas", afirmou.

Realçando a esperança papal por reconciliação, um homem israelense, cujos pais morreram no ataque de 7 de outubro feito por militantes do Hamas, abraçou no palco de Verona um ativista pela paz palestina, cujo irmão morreu em uma prisão de Israel.

"Eu não acho que haja palavras a acrescentar quanto a isso", afirmou o papa, que liderou os aplausos pelo gesto.

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