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Oriente Médio

Violência piora e prateleiras ficam vazias na capital da Ucrânia

Todas as escolas e creches no centro de Kiev fecharam nesta semana, e o sistema de metrô da cidade foi interrompido em um determinado ponto

20 fev 2014 - 20h05
(atualizado às 20h05)
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A violência se intensificou em Kiev, capital ucraniana, nesta semana
A violência se intensificou em Kiev, capital ucraniana, nesta semana
Foto: Reuters

Os moradores de Kiev sacaram todo o dinheiro dos caixas eletrônicos e estocaram mantimentos nesta quinta-feira, quando boa parte da população ficou fora das ruas da capital ucraniana depois do pior dia de violência desde que o país emergiu do colapso da União Soviética.

Muitas lojas, bancos e restaurantes no centro de Kiev, normalmente lotado, nem sequer abriram as portas enquanto a Praça Independência era tomada por uma nova onda de confrontos entre a polícia antidistúrbios e manifestantes que exigem a saída do presidente, num conflito que elevou para 67 o número de mortos desde terça-feira.

Até agora o conflito não se espalhou para muito além da praça principal, conhecida como Maidan, e a vida no resto da capital continua como antes, mas os moradores disseram que esta semana as áreas centrais estão estranhamente calmas.

Imagens mostram cena de terror nas ruas de Kiev:

"Quase todo mundo que não está na Maidan ficou em casa. Todo mundo está assustado, você pode notar: as prateleiras dos supermercados estão vazias. Nós não sabemos por quanto tempo isto pode continuar", disse Stanislav Mostovoy, um vendedor de 26 anos.

A violência se intensificou nesta semana. Imagens de vídeo mostram a polícia atirando do teto de edifícios contra participantes dos protestos na praça Maidan, enquanto manifestantes lançavam coquetéis molotov e pedras do calçamento desde barricadas.

Chamas e fumaça se espalhavam por ruas repletas de entulho. Manifestantes agitavam bandeiras com slogans e os feridos eram levados às pressas em macas.

Iryna, uma mãe solteira que andava até a Maidan para doar uma sacola de agulhas hipodérmicas e material para transfusões de sangue para os feridos, disse não ser surpresa que as ruas estivessem vazias.

"Você sairia se houvesse francoatiradores nos tetos da sua cidade? Isto é essencialmente guerra", disse ela.

Todas as escolas e creches no centro de Kiev fecharam nesta semana, e o sistema de metrô da cidade foi interrompido em um determinado ponto, embora tivesse sido reaberto com operações limitadas nesta quinta-feira.

A maioria dos caixas eletrônicos no centro da cidade estava sem dinheiro, enquanto um grande número de pessoas ficava na fila para sacar.

Um executivo de banco disse à Reuters que estava avaliando fatias de pão num comércio para ver se estavam frescas quando a atendente disse: "Não seja tão exigente. Esse pode ser o último pão que você verá por um bom tempo."

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