O líder da oposição no Reino Unido, Ed Miliband, afirmou nesta sexta-feira que a rejeição do Parlamento ao plano do governo para uma intervenção militar na Síria mostra que o Reino Unido "aprendeu as lições do Iraque".
"Acho que esta votação envia ao mundo a mensagem que o Reino Unido aprendeu as lições do passado, aprendeu as lições do Iraque", afirmou Miliband à rede BBC.
O líder trabalhista disse que o primeiro-ministro, David Cameron, deve "encontrar outras formas" de pressionar o regime de Bashar al-Assad e pediu ao Executivo que não "lave as mãos" em relação ao conflito sírio.
"Há outros caminhos além do militar para ajudar as pessoas na Síria", afirmou Miliband, enquanto o ministro da Economia, George Osborne, sustentou que a derrota parlamentar obrigará Londres a fazer uma "análise de consciência" sobre o seu papel no cenário internacional.
Para Miliband, "nos próximos dias o primeiro-ministro e o governo devem se concentrar em trabalhar com os aliados para encontrar formas de pressionar o presidente Assad", que supostamente ordenou a utilização de armamento químico contra a população no dia 21 de agosto.
Osborne, por outro lado, assinalou que entende o "profundo ceticismo que se estendeu entre muitos colegas no Parlamento e muitos cidadãos sobre o envolvimento do Reino Unido na Síria".
"Espero que isso não signifique um ponto de inflexão no qual vamos dar as costas para os problemas do mundo", afirmou o ministro da Economia.
"Acho que haverá uma análise da consciência nacional sobre o nosso papel no mundo e se o Reino Unido quer ter uma atuação de destaque na defesa do sistema internacional", afirmou Osborne à emissora "BBC Radio 4".
O Parlamento britânico rejeitou ontem pela pequena margem de 13 votos uma moção do governo que propunha um ataque militar contra a Síria, "legal e proporcional".
Após a votação, o ministro da Defesa, Philip Hammond, confirmou que o governo vai respeitar a decisão o Parlamento e não vai ser parte de uma eventual intervenção internacional na Síria.
Apesar da derrota parlamentar, Osborne defendeu a decisão de se convocar com urgência o Parlamento para debater o papel do Reino Unido no conflito.
"David Cameron é, eu acho, o primeiro chefe do governo que foi à Câmara dos Comuns para pedir consentimento para um tipo de ação militar limitada como esta. Muitos primeiros-ministros anteriores não o fizeram", afirmou Osborne.
"Constitucionalmente não tinha que fazê-lo, mas o fez. Isso reflete, em parte, o mundo no qual vivemos depois do Iraque, essa é a realidade política, mas também reflete a profunda convicção de David Cameron sobre a importância do Parlamento", afirmou o ministro da Economia.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam