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Oriente Médio

ONG: atual parlamento israelense é mais racista de todos tempos

21 mar 2010 - 14h12
(atualizado às 14h42)
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O atual parlamento israelense (Knesset) é o mais racista de todos os tempos, segundo denúncia de uma organização de defesa dos direitos dos cidadãos árabes-israelenses feita por ocasião do Dia Internacional contra o Racismo. Segundo o Centro Mossawa, na legislatura iniciada em 2009 a Knesset estudou 21 leis consideradas "discriminatórias e racistas", o que representa um aumento de 75% em relação ao ano anterior.

A organização afirma que, em 2008, o parlamento israelense analisou 12 leis consideradas problemáticas nesse sentido, e que, em 2007, foram 11 as que chegaram à mesa dos legisladores com as mesmas características. Em seu relatório anual sobre a discriminação por racismo em Israel, o centro aponta que o fato de a atual câmara ser considerada a mais racista desde o estabelecimento do Estado, em 1948, é um fenômeno preocupante.

O documento também indica que as legislações com esse teor continuarão aumentando, a não ser que a Comissão Ministerial para Assuntos Legislativos intervenha rapidamente. "Nunca fomos testemunhas de uma Knesset tão ativa em leis discriminatórias e racistas contra os cidadãos árabes do Estado", afirmam os autores do relatório, Lizi Sagi e Nidal Ottman.

"Deputados da Knesset com opiniões extremistas estão expressando seus pontos de vista sem nenhum tipo de vergonha nem oposição. Eles promovem legislações discriminatórias e racistas, que pintam aos cidadãos árabes do Estado de Israel como uma ameaça demográfica", declarou o diretor do Centro Mossawa, Jafar Farah.

Em 1966, a ONU aprovou o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial após o massacre de Sharpeville, na África do Sul de 1960, quando 69 manifestantes negros foram brutalmente reprimidos quando se manifestavam contra uma "lei de passes" para não-brancos. O Centro Mossawa advertiu hoje: "Já fomos testemunhas do massacre de cidadãos árabes nas mãos da Polícia em outubro de 2000 (no início da Segunda Intifada). Se esta tendência racista continuar, o que aconteceu em Sharpeville será um pequeno banho de sangue comprado ai o que sucederá aqui".

EFE   
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