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Oriente Médio

Gaza: ofensiva israelense já matou mais de 400 palestinos

ONU alertou para o fim do estoque de suprimentos para ajudar mais de 50 mil palestinos que se abrigam em escolas

20 jul 2014 - 07h32
(atualizado às 08h31)
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Mais de 40 pessoas morreram no distrito de Shejaiya em fortes bombardeios durante a noite
Mais de 40 pessoas morreram no distrito de Shejaiya em fortes bombardeios durante a noite
Foto: Hatem Moussa / AP

Israel disse ter expandido sua ofensiva terrestre contra o Hamas na Faixa de Gaza, e moradores relataram os maiores bombardeios desde o início do conflito, há 13 dias. A operação já deixou mais de 400 palestinos mortos, a maioria civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Cinco soldados e dois civis israelenses morreram.

Mais de 40 pessoas morreram no distrito de Shejaiya em fortes bombardeios durante a noite, disseram médicos. Ambulâncias não puderam chegar ao local devido a ataques, e testemunhas relataram que corpos estão espalhados pela rua.

No sábado, dois soldados israelenses morreram durante um tiroteio com militantes palestinos que usaram túneis para invadir Israel e realizar ataques, disse o Exército. Apesar da ofensiva israelense, militantes continuam a lançar foguetes contra Israel.

O Exército israelense disse em comunicado que "forças adicionais" se juntaram ao "esforço de combater o terror" em Gaza. O coronel Peter Lerner, porta-voz do Exército israelense, disse que a ofensiva terrestre estava sendo ampliada para "restabelecer a segurança e a estabilidade dos moradores e cidadãos de Israel".

A ONU alertou para o fim do estoque de suprimentos para ajudar mais de 50 mil palestinos que se abrigam em escolas da entidade em Gaza. Uma autoridade da ONU disse que o número de pessoas deixando suas casas é maior do que o esperado, com as fronteiras de Gaza com Israel e Egito fechada para palestinos.

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Corrida diplomática

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deverá se reunir com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, no Catar, como parte de esforços na região para que israelenses e palestinos "encerrem a violência e encontrem um caminho", disse a entidade.

Abbas também deverá se reunir com o líder do Hamas, Khaled Meshaal, em uma tentativa de convencer o grupo islâmico que governa Gaza a aceitar um acordo para encerrar o conflito. Soldados israelenses invadiram Gaza na quinta-feira após 10 dias de uma grande ofensiva aérea e naval que não conseguiu interromper o disparo de foguetes contra Israel por militantes palestinos que atuam no território.

Israel diz que a operação terrestre é necessária para atingir a rede de túneis do Hamas. Moradores de Gaza relataram terem ouvido explosões durante toda a noite de sábado. Um ataque aéreo no subúrbio de Shejaiya atingiu a casa da autoridade do Hamas Khalil al-Hayya, deixando quatro mortos, incluindo seu filho e nora, disseram médicos palestinos.

Temores sobre civis

Esforços diplomáticos para um cessar-fogo não chegaram a um acordo. O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no sábado, mas disse que as tentativas de se chegar a uma trégua fracassaram.

"Infelizmente, eu posso dizer que o pedido por um cessar-fogo não foi ouvido, pelo contrário, há o risco de mais mortes civis, o que nos deixa preocupados", disse ele a jornalistas. O Hamas rejeitou um cessar-fogo mediado pelo Egito na semana passada, alegando que qualquer acordo com Israel deve envolver um fim ao bloqueio à Gaza.

Foto: Arte Terra

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