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Oriente Médio

Foco no Estado Islâmico faz sírios se sentirem abandonados, diz ONU

24 mar 2015 - 16h35
(atualizado às 16h35)
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A população da Síria se sente “cada vez mais abandonada pelo mundo” à medida que a atenção global se volta para os militantes do Estado Islâmico, e a violência e a burocracia governamental atrapalham as tentativas de entregar ajuda humanitária a 12 milhões de pessoas, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, na segunda-feira.

Combatentes rebeldes da al-Jabha al-Shamiya caminham para front contra Estado Islâmico perto da cidade síria de Mare, norte de Aleppo. 24/03/2015.
Combatentes rebeldes da al-Jabha al-Shamiya caminham para front contra Estado Islâmico perto da cidade síria de Mare, norte de Aleppo. 24/03/2015.
Foto: Sultan Kitaz / Reuters

Em seu 13º relatório mensal para o Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria, Ban declarou que a falta de responsabilização durante a guerra civil de quatro anos também levou a um aumento nas alegações de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outros abusos de direitos humanos.

“Enquanto a atenção global se concentra na ameaça à paz e à segurança regional e internacional representada por grupos terroristas como o Estado Islâmico e a Frente Al Nusra (da Al Qaeda), nosso foco precisa continuar a ser a melhor maneira de ajudar e apoiar o povo sírio”, afirmou Ban no relatório, ao qual a Reuters teve acesso.

Ban disse que mais de 220 mil pessoas foram mortas desde que as forças de segurança sírias reprimiram o movimento pró-democracia surgido em 2011, o que desencadeou uma revolta armada. Cerca de quatro milhões de sírios fugiram do país e 7,6 milhões estão desabrigados.

Grupos islâmicos extremistas têm explorado o caos e complicaram os esforços diplomáticos para encerrar o conflito com o Estado Islâmico, que declarou um califado nas porções de território que ocupou na Síria e no Iraque.

Uma aliança liderada pelos Estados Unidos vem atingindo o Estado Islâmico com ataques aéreos nestes dois países há cerca de seis meses.

Ban declarou que o fornecimento de auxílio está se tornando mais desafiador devido “à violência e à insegurança, às linhas de batalha sempre em movimento, à interferência deliberada de participantes do conflito... e aos procedimentos administrativos que restringem a entrega eficiente de ajuda”.

Embora o socorro esteja chegando a vários milhões de pessoas, Ban disse que a situação de cerca de 4,8 milhões delas em áreas de difícil acesso, especialmente as 212 mil pessoas em áreas sitiadas, é “uma grande preocupação”, que hospitais e escolas estão sendo atacados e que o financiamento internacional de ajuda não tem estado à altura das necessidades.

A ONU busca aproximadamente 8,4 bilhões de dólares para atender as demandas humanitárias do conflito sírio em 2015, e só obteve cerca de metade dos fundos que solicitou em 2014. Ban afirmou que uma conferência para pedir esse auxílio no Kuwait no dia 31 de março será crucial.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765)) REUTERS TR

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