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Oriente Médio

Al-Qaeda: ataque de Benghazi foi vingança por morte de líder

15 set 2012 - 10h34
(atualizado às 13h29)
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A rede Al-Qaeda na Península Arábica assegurou neste sábado que o ataque contra o consulado de Benghazi, no qual morreu o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, foi como uma vingança pelo assassinato de seu "número dois", Abu Yehia al Libbi.

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O grupo terrorista afirmou, em comunicado divulgado em um site utilizado habitualmente pelos islamitas, que a morte de Libbi, assassinado em junho passado em uma ofensiva americana no Paquistão, é o "fogo que queimou os inimigos da nação muçulmana".

"Aqui está o combatente povo líbio, para quem o assassinato do xeque Abu Yehia (de nacionalidade líbia) aumentou seu entusiasmo e insistência em se vingar de quem brinca com nossa religião e ofende nosso profeta", disse a nota.

Na terça-feira passada, Stevens e outros três empregados da legação americana morreram em um ataque armado contra o consulado do país em Benghazi, durante os protestos contra um vídeo produzido nos EUA e considerado ofensivo a Maomé pelos muçulmanos.

A Al-Qaeda na Península Arábica, que tem sua base no Iêmen, lembrou em seu texto que seus seguidores invadiram o consulado americano em Benghazi e mataram seu embaixador, e que os protestos explodiram também em outros países.

"A rebelião de nossa gente da Líbia, Egito e Iêmen contra as embaixadas americanas apresenta provas suficientes para que os EUA saiba que sua guerra não é contra grupos", afirmou a organização, que em nenhum momento afirma que seus "mujahedin" (guerreiros santos) estão por trás dos ataques.

Segundo a rede terrorista, "a guerra dos EUA é contra a nação muçulmana, que se rebelou contra as injustiças". "Os grandes sacrifícios aumentam a perseverança do povo muçulmano em continuar sua guerra santa para libertar todos seus santuários da profanação dos ocupantes cruzados", afirmou o comunicado.

A nota da organização chegou horas depois da Al Qaeda na Península Arábica pedir aos muçulmanos que continuem seus protestos para expulsar os embaixadores americanos de seus países. Após os recentes ataques contra as legações diplomáticas, a Al-Qaeda fez uma chamada para a unidade dos muçulmanos contra "a hegemonia e a soberba americana".

Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA

Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.

Desde então, protestos e confrontos, que vêm sendo registrados diariamente no Cairo, disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Nesta sexta, 14 de setembro, já haviam sido registrados eventos em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel), Amã (Jordânia)e Sanaa (Iêmen). Há fotos e relatos de protestos também na Índia e em Bangladesh. Somados, estes episódios já deixam algumas dezenas de mortos e feridos entre manifestantes, diplomatas e forças de segurança.

O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims (A Inocência dos muçulmanos, em tradução livre), filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.

A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas.

EFE   
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