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Mundo

EUA: entidades de combate ao câncer roubaram US$ 187 milhões

Líderes são acusados de gastar dinheiro de doações em cruzeiros no Caribe, viagens para a Disney e shows

19 mai 2015 - 17h50
(atualizado às 20h29)
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A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) e as procuradorias gerais dos 50 Estados e do Distrito de Columbia apresentaram nesta terça-feira uma ação conjunta contra quatro organizações beneficentes contra o câncer por roubarem US$ 187 milhões de seus doadores.

O processo, apresentado em um tribunal do Arizona, acusa a Câncer Fund of America, a Children's Câncer Fund of America, a Câncer Support Services e a The Breast Câncer Society de serem organizações fraudulentas que roubaram clientes desprevenidos entre 2008 e 2012, informou a procuradoria de Nova York em comunicado.

Duas das organizações envolvidas e três indivíduos que as dirigem aceitaram as bases do acordo prévio proposto pela promotoria, que inclui indenizações de US$ 137 milhões, o fechamento das entidades e que seus líderes não possam voltar a trabalhar para organizações não governamentais.

A ação continua contra o resto dos acusados.

O processo argumentou que o caso é uma "fraude maciça e nacional", já que os acusados gastaram em benefício próprio a grande maioria das doações que receberam, enganando os doadores com um plano de contabilidade que incluía o envio de remédios e outros bens a países em desenvolvimento.

A denúncia especifica que as quatro organizações definiram a si mesmas como "organizações beneficentes legítimas" por meio de ligações telefônicas e solicitações diretas por correio, em seu site e em outros meios.

As empresas inclusive descreveram os programas específicos que os doadores estariam apoiando, como medicação para crianças com câncer, transporte de pacientes à quimioterapia e o financiamento de um centro de cuidados paliativos para pacientes em estágio final de câncer.

A ação ressaltou que nenhuma das empresas envolvidas realizou nenhuma dessas iniciativas.

"O câncer é uma doença que afeta milhões de americanos a cada ano. A atroz argúcia dos envolvidos privou as legítimas organizações contra o câncer e os pacientes de milhões em doações", alegou a diretora do Escritório de Proteção ao Usuário do FTC, Jessica Rich.

A nota assinalou que 85% das doações foram para arrecadadores profissionais, e o resto foi destinado aos salários dos dirigentes, que contrataram amigos e familiares para ajudar a simular as operações.

A acusação ainda detalhou alguns dos lugares em que os acusados gastaram o dinheiro, como em um cruzeiro no Caribe, em viagens para a Disney World, em entradas de shows e em assinaturas de páginas de entrevistas. Somente 3% dos recursos arrecadados foram utilizados para o propósito correto.

EFE   
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