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Apoiadores de Guaidó e chavistas protestam na Venezuela

Manifestantes saem às ruas do país pedindo fim do regime; em Caracas, chavistas se mobilizam a favor de Maduro

6 abr 2019 - 16h56
(atualizado às 17h24)
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Convocados pelo líder oposicionista Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente do país em janeiro, milhares de manifestantes voltaram a protestar neste sábado (6) em várias cidades da Venezuela contra o regime de Nicolás Maduro. Em Caracas, chavistas se mobilizaram em apoio ao mandatário.

Manifestantes atendem a chamado de Guaidó
Manifestantes atendem a chamado de Guaidó
Foto: DW / Deutsche Welle

Guaidó, reconhecido por dezenas de países como presidente interino, convocou seus apoiadores para se concentrarem em 358 pontos do território venezuelano como parte do início da "operação liberdade" - uma mobilização até o palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, em uma data ainda não definida, com a intenção de assumir o controle do governo venezuelano.

"Aqui estamos e vamos seguir. Todos nas ruas para a fase definitiva para acabar com a usurpação", afirmou Guaidó aos manifestantes, convocando um novo protesto para a próxima quarta-feira.

Na capital, os oposicionistas pediam o fim da "usurpação" do poder por Maduro e caminharam até as proximidades da sede da estatal de energia, a Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec), onde expressam sua rejeição aos apagões que estão se tornando rotineiros no país.

A oposição afirma que a falta de energia que paralisou a Venezuela por ao menos 11 dias em março foi causada por negligência e corrupção na Corpoelec. Os apagões afetam também as comunicações e os sistemas de transporte e bancário do país, onde a maioria dos pagamentos é feita com cartão.

Em Maracaibo, localizada a 700 quilômetros de Caracas, o protesto terminou em confronto com militares da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). O conflito deixou 30 manifestantes feridos e ocorreu quando o grupo tentava se aproximar da sede local da Corpoelec.

Durante os protestos na cidade, dois deputados opositores, Nora Bracho e Renzo Pietro, foram detidos. Pouco tempo depois, os dois foram soltos.

Já milhares de chavistas manifestaram apoio a Maduro e marcharam até palácio presidencial. O grupo também protestou contra os apagões, acusando, porém, os Estados Unidos e a oposição de sabotagem no sistema de geração de energia elétrica.

"Juntos, em permanente mobilização, vamos continuar defendendo a paz e a independência nacional. Chega de ingerências", afirmou Maduro em discurso aos chavistas.

Há uma semana, um racionamento de energia está vigente na Venezuela. A medida afeta 20 estados, com exceção da capital, por quatro horas diariamente. A oposição, no entanto, denunciou cortes de energia de até 20 horas em algumas localidades. Culpando os EUA pelos blecautes, Maduro prometeu ainda modernizar o sistema para enfrentar os supostos ataques.

G7 pede 'restabelecimento da democracia'

Depois de um encontro na França, os ministros do Exterior do G7 disseram neste sábado que é urgente restabelecer o respeito "total" da ordem democrática e constitucional na Venezuela e reivindicaram a organização, o mais rápido possível, de uma nova eleição presidencial "livre, transparente e crível".

Os ministros dos Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá reiteram o pedido para uma "transição democrática pacífica" de poder no país e expressaram preocupação com os "vários alertas críveis de graves afrontas aos direitos humanos e pela crescente crise econômica e suas repercussões humanitárias".

No comunicado conjunto, que abordou a questão venezuelana, os chefes da diplomacia do G7 expressaram ainda preocupação "pelo desdobramento de forças militares russas, que corre o risco de agravar uma situação crítica". Dois aviões militares russos aterrissaram na Venezuela no fim de março. As aeronaves transportavam 99 militares e uma carga de 35 toneladas de equipamento militar.

A Venezuela enfrenta numa grave crise econômica, social e política que se aprofundou no início deste ano, quando, em 10 de janeiro, Maduro tomou posse para um segundo mandato, após eleições que não foram reconhecidas pela oposição e pela maior parte da comunidade internacional. Dias depois, Guaidó se autoproclamou presidente interino com a intenção de convocar um novo pleito e foi reconhecido por mais de 50 países.

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