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Oposição venezuelana diz que sede foi invadida; governo alega tentativa de golpe

Países da região, incluindo Brasil, México e Colômbia, pediram ao governo da Venezuela que divulgue os resultados detalhados da votação

2 ago 2024 - 12h44
(atualizado às 13h47)
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Protestos na Venezuela
Protestos na Venezuela
Foto: Isaac Urrutia

Um importante movimento de oposição venezuelano disse na sexta-feira, 2, que sua sede foi vandalizada em meio a tensões contínuas sobre uma eleição presidencial contestada, enquanto o ministro das Relações Exteriores do país afirmou que os Estados Unidos estão à frente do que o governo chama de tentativa de golpe.

Vamos Venezuela, movimento liderado pela líder da oposição María Corina Machado, disse que seis homens não identificados, usando capuzes e portando armas, dominaram seus seguranças durante a noite, entrando em sua sede em Caracas, levando equipamentos e vandalizando o escritório.

"Denunciamos os ataques e a insegurança a que estamos sujeitos por motivos políticos", declarou o movimento nas redes sociais.

Países da região, incluindo Brasil, México e Colômbia, pediram ao governo da Venezuela que divulgue os resultados detalhados da votação depois que o conselho eleitoral declarou o presidente Nicolás Maduro, no poder desde 2013, como vencedor de um terceiro mandato.

A oposição diz que sua contagem de cerca de 90% dos votos mostra que o oponente de Maduro e candidato da oposição Edmundo González recebeu mais do que o dobro do apoio do presidente, em linha com pesquisas independentes realizadas antes da disputa.

Vamos Venezuela divulgou na sexta-feira dois vídeos que mostram paredes pichadas de preto em sua sede, uma casa de dois andares no leste da cidade.

Machado, que foi impedida de desafiar Maduro, está atualmente escondida, disse ela em um artigo de opinião publicado na quinta-feira pelo Wall Street Journal, mas espera-se que ela apareça nos atos da oposição convocados para sábado.

Pelo menos 20 pessoas morreram nos protestos que tomaram conta da Venezuela desde a eleição, de acordo com a ONG Human Rights Watch, sediada nos Estados Unidos.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, disse na sexta-feira que Washington está à frente de uma tentativa de "golpe de Estado", depois que o Departamento de Estado dos EUA, um dia antes, reconheceu González como o vencedor da eleição.

Na sexta-feira, González agradeceu aos EUA em uma postagem nas redes sociais "por reconhecer a vontade do povo venezuelano refletida em nossa vitória eleitoral".

Na quinta-feira, Brasil, Colômbia e México, cujos líderes são tradicionalmente mais amigáveis a Maduro, pediram ao governo de Maduro que avance rapidamente e publique os resultados detalhados da votação.

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