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Mundo

Novo partido de Renzi atrai 40 parlamentares

O Itália Vive nasce como dissidência do social-democrata PD

19 set 2019 - 16h48
(atualizado às 17h06)
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Nasceu oficialmente nesta quinta-feira (19) o novo grupo parlamentar do ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi, que rompeu com o esquerdista Partido Democrático (PD) para fundar uma legenda de centro.

Renzi e parlamentares que aderiram a seu novo projeto político
Renzi e parlamentares que aderiram a seu novo projeto político
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O grupo, que nos próximos meses se tornará um partido, se chama Itália Viva e reúne 25 deputados na Câmara (4% do total), quase todos egressos do PD, e 15 senadores (4,7%), incluindo o próprio Renzi.

O Itália Viva também garantiu no Senado a adesão de uma parlamentar do Força Itália (FI), sigla conservadora de Silvio Berlusconi, e de Riccardo Nencini, que "emprestou" o apoio do Partido Socialista Italiano (PSI) ao novo grupo.

Renzi manterá o apoio ao governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte, fruto de uma aliança entre o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e o PD. O grupo será comandado por uma espécie de diarquia entre a ministra do Trabalho Teresa Bellanova, também senadora, e o deputado Ettore Rosato.

"Não terei nenhum cargo formal", garantiu o ex-premier. Ele prometeu que a primeira proposta do partido será uma "grande iniciativa" para combater a redução populacional na Itália e incentivar a natalidade.

Rompimento

A hipótese de Renzi fundar um novo partido já era alvo de rumores na Itália desde março de 2018, quando ele deixou o comando do PD por causa do fracasso nas eleições legislativas daquele mês.

O objetivo do ex-primeiro-ministro, que sempre foi visto com desconfiança pelas alas mais à esquerda no Partido Democrático, é formar uma legenda capaz de reunir o eleitorado de centro, um projeto antigo que Berlusconi também tentou, mas não conseguiu realizar.

Apesar da cisão, Renzi garante que manterá o apoio a Conte, mas o fato é que o ex-primeiro-ministro se tornou essencial para a sobrevivência do atual premier.

O Partido Democrático foi criado no segundo semestre de 2007, com o objetivo de unir sob o mesmo guarda-chuva diversas alas da centro-esquerda, desde ex-comunistas até sociais-democratas e egressos da antiga Democracia Cristã. Sua plataforma é progressista, europeísta e contrária à antipolítica.

O PD é também o mais heterogêneo dos partidos do país, com alas ligadas a sindicatos, ao mundo empresarial, à Igreja Católica, entre outras. Por conta disso, tem uma longa história de brigas internas e ameaças de cisão.

Ansa - Brasil   
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