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Nepal: após violentos protestos que provocaram queda de governo, autoridades estudam transição

O Nepal enfrenta um complexo cenário de transição nesta quinta-feira (11), com as autoridades empenhadas na recaptura de milhares de detentos foragidos e intensas discussões políticas para formar um novo governo, após uma semana de violentos protestos que culminaram na renúncia do primeiro-ministro. A calma retornou às ruas, mas o futuro do país permanece incerto.

11 set 2025 - 12h04
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O Nepal enfrenta um complexo cenário de transição nesta quinta-feira (11), com as autoridades empenhadas na recaptura de milhares de detentos foragidos e intensas discussões políticas para formar um novo governo, após uma semana de violentos protestos que culminaram na renúncia do primeiro-ministro. A calma retornou às ruas, mas o futuro do país permanece incerto.

Manifestantes comemoram no prédio do parlamento após ele ter sido incendiado durante um protesto contra a proibição das redes sociais e a corrupção em Katmandu, Nepal, terça-feira, 9 de setembro de 2025.
Manifestantes comemoram no prédio do parlamento após ele ter sido incendiado durante um protesto contra a proibição das redes sociais e a corrupção em Katmandu, Nepal, terça-feira, 9 de setembro de 2025.
Foto: AP - Prakash Timalsina / RFI

Mais de 13.500 detentos conseguiram escapar das prisões nepalesas esta semana, aproveitando o caos dos protestos. Até esta quinta-feira, mais de 200 fugitivos já tinham sido recapturados, com o exército informando a prisão de 192 apenas da penitenciária de Rajbiraj, no sudeste do país.

Houve confrontos em Ramechhap, a leste de Katmandu, onde o Exército abriu fogo, ferindo 12 prisioneiros e matando dois. As patrulhas de fronteira indianas também agiram, prendendo dezenas de fugitivos que tentavam entrar na Índia e entregando pelo menos 60 deles às autoridades nepalesas.

A eclosão dos distúrbios, que começaram na segunda-feira (8) em Katmandu e outras cidades, foi motivada pela insatisfação dos jovens nepaleses com a corrupção generalizada, o alto desemprego e a decisão do governo de bloquear as redes sociais.

O auge da violência ocorreu na terça-feira, com manifestantes incendiando a sede do Parlamento, edifícios estatais, um shopping center, um hotel Hilton e a sede do principal diário do país, o "Kathmandu Post".

Os confrontos resultaram em 19 mortos entre os manifestantes e três policiais mortos, segundo o exército e a polícia. Diante da escalada, o primeiro-ministro Khadga Prasad Sharma Oli, de 73 anos e que já havia liderado o governo por quatro vezes, anunciou sua renúncia na terça-feira.

Discussões para sair da crise

Com a saída de Oli, o país busca um novo rumo político. O presidente Ramchandra Paudel, de 80 anos, cujas funções são majoritariamente protocolares, declarou nesta quinta-feira que está consultando todas as possibilidades para encontrar uma saída constitucional para a crise, buscando uma solução "o mais rápido possível" para atender às demandas dos cidadãos.

O general Ashok Raj Sigdel, chefe do Exército nepalês, iniciou um diálogo político já na quarta-feira com "diferentes partes", incluindo representantes dos manifestantes, para discutir a transição de poder.

A ex-chefe da Suprema Corte do Nepal Sushila Karki, de 73 anos, a primeira mulher a presidir a mais alta corte do país, surge como forte candidata para liderar um governo de transição.

Repúdio às elites tradicionais

Outra figura cogitada é Balendra Shah, de 35 anos, um ex-rapper que se tornou engenheiro e prefeito de Katmandu em 2022, com grande popularidade entre os jovens, embora ele tenha declinado a oferta. Os manifestantes expressaram claramente o desejo de afastar as atuais elites políticas, criticando os antigos líderes que se revezam no poder desde a abolição da monarquia em 2008.

Em Katmandu, o toque de recolher, imposto há dois dias e que está sendo respeitado, foi brevemente suspenso na manhã de quinta-feira para permitir que os moradores se abastecessem.

As ruas e os principais cruzamentos do centro da cidade permanecem patrulhados por soldados em veículos blindados ou tanques.

Embora a monarquia nepalesa tenha visto um ressurgimento de popularidade, com alguns pedindo seu retorno, especialistas consideram muito improvável uma restauração do rei Gyanendra Bir Bikram Shah, de 77 anos, temendo um retorno a um regime autocrático.

O Nepal, governado por frágeis coalizões desde as eleições de 2022, enfrenta agora o desafio de encontrar um líder e um caminho político estável em meio a essa turbulência.

(Com agências)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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