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Morre estudante de Hong Kong que sofreu queda durante ação da polícia contra manifestantes

8 nov 2019 - 09h00
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Um aluno de uma universidade de Hong Kong que caiu de um andar de um edifício-garagem durante protestos pró-democracia no final de semana morreu nesta sexta-feira, a primeira morte de um estudante em meses de manifestações na cidade sob controle chinês e um provável gatilho de novos tumultos.

Cerimônia em homenagem a estudante de Hong Kong que morreu ao sofrer queda durante protesto
08/11/2019
REUTERS/Tyrone Siu
Cerimônia em homenagem a estudante de Hong Kong que morreu ao sofrer queda durante protesto 08/11/2019 REUTERS/Tyrone Siu
Foto: Reuters

Chow Tsz-lok, de 22 anos, que estudava na Universidade de Ciência e Tecnologia (UST), morreu em decorrência dos ferimentos que sofreu nas primeiras horas de segunda-feira, quando caiu do terceiro para o segundo andar de um estacionamento durante uma operação de dispersão da polícia.

A morte de Chow, ocorrida no dia da formatura de muitos estudantes, deve despertar revolta contra a polícia, já pressionada por acusações de uso de força excessiva no momento em que a cidade enfrenta sua pior crise política em décadas.

Alunos da UST vandalizaram uma unidade da Starbucks no campus, parte de uma franquia que é vista como pró-Pequim, e esperam-se protestos em todo o território de noite, quando a violência normalmente se intensifica.

"Denunciem a brutalidade policial", escreveram os estudantes na parede de vidro do restaurante.

Muitos manifestantes foram ao hospital nesta semana para rezar por Chow, deixando flores e centenas de mensagens desejando melhoras nas paredes. Estudantes também realizaram eventos em universidades de toda a ex-colônia britânica.

"Ele era uma boa pessoa. Era esportista. Gostava de jogar netball e basquete", disse o colega de UST e amigo Ben, de 25 anos, à Reuters em prantos. "Jogamos netball juntos durante um ano. Espero que ele descanse em paz. Sinto muita saudade dele".

Estudantes e jovens têm estado na linha de frente das centenas de milhares de pessoas que têm ido às ruas desde junho para pedir mais democracia, entre outras exigências, e repudiar o que veem como uma interferência chinesa no polo financeiro asiático.

Os protestos, desencadeados por um projeto de lei de extradição já descartado que teria permitido que pessoas fossem enviadas à China continental para julgamento, se transformaram em clamores mais abrangentes por democracia, tornando-se um dos maiores desafios para o presidente chinês, Xi Jinping, desde que ele assumiu o poder, em 2012.

"Vimos imagens de (uma) ambulância sendo bloqueada por carros da polícia e que paramédicos precisaram andar até o local, o que provocou um atraso de 20 minutos na operação de resgate de nosso estudante", disse o presidente da UST, Wei Shyy, em um comunicado.

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