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Mundo

Milhares de cidadãos tentam deixar Kiev após ataque russo

Longas filas em direção ao leste europeu são registradas

24 fev 2022 - 07h58
(atualizado às 08h18)
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Fila de carros tentando deixar a Ucrânia
Fila de carros tentando deixar a Ucrânia
Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters

Após a Rússia começar o ataque contra diversas cidades ucranianas, milhares de cidadãos iniciaram uma fuga das grandes cidades e longas filas de carros foram vistas também na capital Kiev nesta quinta-feira (24).

As rotas de fuga são em direção a outros países do leste europeu e, segundo cálculos da União Europeia, mais de um milhão de pessoas podem chegar a essas nações nos próximos dias. Polônia, Romênia e Hungria já anunciaram planos para receber os ucranianos de maneira emergencial.

A capital também foi alvo de ataques, mas focados em aeroportos e estruturas militares. "Começou a guerra, precisamos de toda a ajuda possível. Ouço explosões em todo local e precisamos de ajuda", disse o arquiteto Anastasiya Menzhega, 25 anos, à ANSA.

As filas em postos de gasolina também estava intenso, assim como dentro dos transportes públicos. A fuga precisa ser estritamente por terra, já que o espaço aéreo ucraniano foi fechado durante a madrugada.

Quem não tem como fugir, faz uma corrida aos supermercados e às farmácias para comprar suprimentos. Longas filas também foram registradas nesses locais durante toda a manhã.

O presidente da ONG Soleterre, o italiano Damiano Rizzi, afirmou à ANSA que também já começam a serem registrados problemas nos atendimentos hospitalares. A instituição atende crianças com câncer e informou que os pacientes - tanto em Kiev como em outras cidades ucranianas - tiveram suas sessões de quimioterapia e radioterapia canceladas.

"O principal problema é que muitos profissionais hoje não se apresentaram ao trabalho. Todos estão tentando deixar suas famílias seguras e isso afetou os hospitais. Tratam-se de pessoas que podem morrer. A guerra não para os tumores", apelou Rizzi.

O italiano ainda informou que seis crianças atendidas pela ONG e seus familiares foram levados para o refúgio contra bombas de um hospital de Kiev. "A guerra adiciona mais problemas a situações já bastante complexas. O medo hoje impede de cuidar quem tem necessidade de terapias imediatas e que, se não morrerem por bombas, podem morrer por tumores", acrescentou.

Até o momento, os moradores da capital relatam ter ouvido a maior quantidade de explosões em Kiev perto da hora do amanhecer, mas o temor é que o ataque se intensifique.

O presidente do país, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que quem ficar e se sentir "apto" deve "pegar em armas" para defender a Ucrânia. Ele também fez um pedido para que os ucranianos doem sangue para ajudar as dezenas - e talvez centenas - de feridos nos ataques. Até o momento, Kiev confirmou cerca de 50 mortes - sendo 10 civis.

Ansa - Brasil   
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