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Médico acusado de envenenar e matar pacientes para mostrar ‘habilidades de reanimação’ é condenado à prisão perpétua na França

Anestesista é acusado de cometer crimes propositalmente contra 30 pessoas entre 2008 e 2017; 18 sobreviveram

18 dez 2025 - 09h38
(atualizado às 10h28)
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Resumo
Médico francês Frédéric Péchier foi condenado à prisão perpétua por envenenar 30 pacientes, causando 12 mortes entre 2008 e 2017, em um plano para demonstrar habilidades de reanimação e prejudicar colegas.
Médico acusado de envenenar e matar pacientes para mostrar ‘habilidades de reanimação’ é condenado à prisão perpétua na França
Médico acusado de envenenar e matar pacientes para mostrar ‘habilidades de reanimação’ é condenado à prisão perpétua na França
Foto: Reprodução/YouTube/France 3 Bourgogne-Franche-Comté

O médico Frédéric Péchier, de 53 anos, foi condenado à prisão perpétua depois de meses em julgamento por envenenar propositalmente 30 pacientes. Deles, 12 morreram, em um plano do anestesista para demonstrar as habilidades de reanimação e prejudicar colegas de profissão. Péchier atuava em clínicas em Besançon, no leste da França, quando os pacientes sofreram paradas cardíacas em circunstâncias suspeitas, entre 2008 e 2017.

Das 12 pessoas que morreram, a vítima mais jovem tinha apenas quatro anos, e morreu durante uma cirurgia de retirada de amígdalas. A mais velha tinha 89 anos, segundo informações da agência de notícias AFP. 

O julgamento começou em setembro, e encerrou uma investigação de sete anos que chocou a comunidade médica na França. O caso acontece meses depois da condenação do ex-cirurgião Joël Le Scouarnec a 20 anos de prisão por abusar sexualmente de quase 300 pacientes, em sua maioria crianças, entre 1989 e 2014.

Péchier é pai de três filhos e se declarou inocente. Ele estava proibido de exercer a medicina e respondia em liberdade sob medidas cautelares.

A filha de uma das vítimas do médico, Amandine Iehlen, cujo pai morreu aos 53 anos após uma cirurgia no rim em 2008, afirmou estar aliviada. “Esperei por isso durante 17 anos”, disse. A autópsia revelou que o homem sofreu uma overdose de lidocaína, um anestésico local.

O promotor Étienne Manteaux classificou o episódio como "sem precedentes na história judicial francesa". A investigação começou em 2017, depois que uma mulher de 36 anos sofreu uma parada cardíaca suspeita durante uma operação. Péchier logo foi apontado como suspeito.

A Justiça considerou 30 casos, dos 70 analisados, de pacientes que sofreram paradas cardíacas em operações na Clínica Saint-Vincent e na Policlínica Franche-Comté.

Péchier teria manipulado bolsas de anestesia de colegas para provocar emergências em salas de cirurgia em que poderia intervir e exibir seus supostos talentos de reanimação.

“Ele é acusado de envenenar pacientes saudáveis para prejudicar colegas com os quais tinha conflitos”, disse Manteaux. “Péchier era o primeiro a responder quando ocorria uma parada cardíaca”, acrescentou.

O médico alega que os envenenamentos ocorreram devido a “erros médicos” de outros profissionais. “Estão me acusando de crimes atrozes que não cometi”, disse em 2017. Entre os colegas, ele era visto como um “anestesista estrela”, e outros diziam que ele era arrogante e manipulador.

Um ex-colega de trabalho declarou que Péchier tinha "certeza de que era o melhor" e que "se achava o Zorro". Uma avaliação psicológica em 2019, duramente criticada pela defesa, apontou uma "personalidade controladora" e "traços perversos" no homem. Outros exames não identificaram transtornos de personalidade, descrevendo-o como um homem inteligente.

Péchier também enfrentou episódios de depressão, e em 2014, tentou suicídio. Em 2021, ele caiu da janela da casa dos pais enquanto estava embriagado.

Um dos 55 advogados das vítimas afirma que dificilmente o tribunal irá ouvir uma explicação honesta e sincera de Péchier sobre os crimes. “É realmente alguém que não aceita um não como resposta e constantemente tenta impor sua opinião à força”, afirmou.

Antes da abertura do julgamento, o acusado declarou que não estava ansioso, mas que lutaria “uma última vez” para que “isso termine”.

Fonte: Portal Terra
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