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Líder norte-coreano pede desculpa rara por morte de sul-coreano

25 set 2020 - 11h56
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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, pediu desculpas nesta sexta-feira pela morte a tiros de um sul-coreano para evitar a disseminação do novo coronavírus, disse o conselheiro de Segurança Nacional da Coreia do Sul, em meio à revolta pública e política crescente com o incidente.

Líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, em estação ferroviária no Vietnã
26/02/2019
REUTERS/Athit Perawongmetha
Líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, em estação ferroviária no Vietnã 26/02/2019 REUTERS/Athit Perawongmetha
Foto: Reuters

O pedido de desculpas veio em uma carta do Departamento da Frente Unida norte-coreano, que trata das relações fronteiriças, ao presidente sul-coreano, Moon Jae-in, um dia depois de autoridades da Coreia do Sul dizerem que soldados do vizinho do norte mataram o homem, encharcaram seu corpo de combustível e o incendiaram.

A mensagem conciliatória rara do líder norte-coreano chegou no momento em que Moon enfrenta consequências políticas duras do incidente, que coincidiu com um ímpeto presidencial renovado de engajamento com a Coreia do Norte.

"O presidente Kim Jong Un pediu para transmitir o sentimento de que lamenta imensamente que um incidente inesperado e desagradável tenha ocorrido em nossas águas e decepcionado enormemente o presidente Moon Jae-in e compatriotas do sul", disse o conselheiro, Suh Hoon, aos repórteres.

Suh disse que a carta foi uma resposta a pedidos de explicação do incidente e que incluiu a promessa de evitar qualquer recorrência.

A Coreia do Norte expressou a esperança de que o incidente não minará os esforços recentes de fomentar a confiança, disse Suh, acrescentando que Moon e Kim trocaram cartas neste mês.

Moon elogiou a "determinação firme de salvar vidas" de Kim e de conduzir os trabalhos de combate ao vírus e de recuperação de inundações em sua carta de 8 de setembro, disse seu escritório.

Em uma resposta de 12 de setembro, Kim disse que Moon vencerá a batalha contra o coronavírus e que "coisas boas" acontecerão mais tarde.

Os líderes realizaram três cúpulas e assinaram pactos para diminuir a tensão desde 2018, mas as relações se azedaram após o fracasso de uma segunda cúpula entre Kim e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que Moon se ofereceu para mediar.

A morte a tiros do oficial de pesca desaparecido na semana passada chocou os sul-coreanos e provocou uma avalanche de críticas da oposição e do público, além de um reação atipicamente dura de Moon, que a classificou de "imperdoável".

Críticos acusaram Moon de não conseguir salvar a vida de um cidadão e ao mesmo tempo ser frouxo com a Coreia do Norte.

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