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Itália vai aumentar déficit para combater coronavírus

Governo planeja pacote de 3,6 bilhões de euros

1 mar 2020 - 13h25
(atualizado às 13h29)
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O governo da Itália prepara um pacote de medidas que totaliza 3,6 bilhões de euros, 0,2% do Produto Interno Bruto nacional, para combater os efeitos da epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Epidemia de coronavírus arrisca colocar Itália em recessão
Epidemia de coronavírus arrisca colocar Itália em recessão
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Até o momento, o Conselho dos Ministros aprovou apenas algumas iniciativas, como isenções fiscais ao setor hoteleiro e a suspensão de pagamentos de contas de luz, energia, água, gás e lixo nas 11 cidades em isolamento, mas governadores, prefeitos, entidades de classe e a oposição cobram ações mais enérgicas.

O novo pacote de 3,6 bilhões de euros foi anunciado neste domingo (1º) pelo ministro da Economia Roberto Gualtieri, mas ele não entrou em detalhes sobre as medidas previstas. Seu plano é discutir as propostas ao longo da semana e aprovar o decreto até sexta-feira (6).

Já o premiê Giuseppe Conte confirmou que, para garantir os recursos necessários, o governo terá de aumentar a previsão de déficit fiscal para 2020, atualmente em 2,2% do PIB, número que já provocara advertências da União Europeia no ano passado.

"Não tenho razão para temer que Bruxelas possa contestar nosso pedido", declarou Gualtieri. A Itália solicitará à UE a flexibilização do Pacto de Estabilidade do bloco, conjunto de regras orçamentárias que tem como objetivo garantir a responsabilidade fiscal dos Estados-membros.

A União Europeia tenta enquadrar a Itália em um caminho de redução do déficit que permita a diminuição de sua dívida pública, hoje a segunda maior da zona do euro, em 134% do PIB.

Apesar das restrições orçamentárias, o líder da oposição, senador Matteo Salvini, ironizou o valor do pacote prometido pelo governo. "Para ajudar de forma séria, e em toda a Itália, empresas e famílias em dificuldade por causa do vírus, são necessários ao menos 20 bilhões de euros. E se a Europa dissesse não, seria um ultraje inaceitável", declarou.

Até o momento, a epidemia já contaminou mais de 1,1 mil pessoas na Itália e deixou 29 mortos.

Ansa - Brasil   
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