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Israel autoriza mais 19 colônias na Cisjordânia e continua ofensiva na Faixa de Gaza

As autoridades israelenses anunciaram neste domingo (21) ter aprovado a instalação de 19 novos assentamentos na Cisjordânia, em um contexto de intensificação da colonização desde os ataques do grupo Hamas de 7 de outubro de 2023. Ao mesmo tempo, na Faixa de Gaza, os ataques continuam, apesar do cessar-fogo em vigor.

21 dez 2025 - 12h45
(atualizado às 12h51)
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Com informações da correspondente da RFI em Ramallah, Alice Froussard, e da AFP

O palestino Mohamed Al‑Nather chora a morte de familiares vítimas de um ataque israelense contra uma escola onde estava sendo celebrado um casamento. Cidade de Gaza, 20 de dezembro de 2025.
O palestino Mohamed Al‑Nather chora a morte de familiares vítimas de um ataque israelense contra uma escola onde estava sendo celebrado um casamento. Cidade de Gaza, 20 de dezembro de 2025.
Foto: © Dawoud Abu Alkas / Reuters / RFI

Um funeral realizado neste sábado (20) na Cidade de Gaza ilustra a frequente violação do cessar-fogo pelas forças israelenses. Na véspera, um projétil lançado por um tanque atingiu o segundo andar do prédio de uma escola onde estava sendo celebrado um casamento. No total, seis pessoas morreram, entre elas, um bebê de quatro meses e uma adolescente de 14 anos. 

As violências nunca cessaram completamente na Faixa de Gaza: desde que a trégua entrou em vigor, em 10 de outubro, ao menos 401 palestinos morreram em agressões israelenses, entre bombardeios aéreos, disparos de artilharia e operações militares. "Isso não é uma trégua, é um banho de sangue, queremos que isso termine", declarou Nafiz al‑Nader, diante do hospital Al‑Shifa, para onde foram levadas as vítimas do ataque de sábado.

As violações do cessar-fogo são registradas até mesmo em questões privilegiadas pelo acordo, como a distribuição da ajuda humanitária. Israel continua bloqueando a livre circulação de alimentos e medicamentos no enclave palestino.

Próxima fase do acordo 

O emissário norte-americano Steve Witkoff conduziu na sexta‑feira (19), em Miami, uma reunião com representantes da Turquia, do Catar e do Egito, mediadores do acordo, com o objetivo de fazer um balanço da primeira etapa do plano norte-americano para a paz na Faixa de Gaza e intensificar os preparativos para avançar para a próxima fase. 

"Reafirmamos nosso total compromisso com a integralidade do plano de paz de 20 pontos do presidente [Donald Trump] e pedimos que todas as partes cumpram suas obrigações, ajam com moderação e cooperem com os mecanismos de monitoramento", declarou Witkoff em um comunicado publicado em sua conta no X.

A segunda fase do plano norte-americano prevê o desarmamento do grupo Hamas, a retirada progressiva do exército israelense de toda a Faixa de Gaza, a criação de uma autoridade de transição e o envio de uma força internacional ao enclave palestino. Segundo Witkoff, novas consultas serão realizadas nas próximas semanas para o avanço na implementação do compromisso.

Colonização da Cisjordânia

Dificilmente a paz na Faixa de Gaza, se alcançada, resultará em uma reconciliação entre os dois povos. O governo de Benjamin Netanyahu anunciou neste domingo que a aprovação dos novos assentamentos na Cisjordânia tem o objetivo de impedir a criação de um "Estado palestino terrorista". Com a decisão, o total de colônias autorizadas nos últimos três anos já chega a 69, segundo um comunicado divulgado pelo gabinete do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich.

A nota afirma que a proposta foi concebida em parceria com o ministro da Defesa, Israel Katz. "Continuaremos desenvolvendo, construindo e povoando a terra de nossa herança ancestral, com confiança na justiça do nosso caminho", reitera o documento. 

A direita ultranacionalista israelense costuma se referir à Cisjordânia como "Judeia e Samaria". Ocupado desde 1967, o território abriga hoje assentamentos onde vivem cerca de 500 mil israelenses. O local é palco de uma tensão permanente, com confrontos frequentes entre esses colonos e os aproximadamente três milhões de habitantes palestinos.

Há poucos dias, as Nações Unidas alertaram que essas construções israelenses na Cisjordânia - consideradas ilegais pelo direito internacional - atingiram seu maior ritmo desde 2017.

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