Homem é linchado em vilarejo no Paquistão por acusação de blasfêmia, diz polícia
Uma multidão linchou um homem porque ele teria queimado páginas do Alcorão, livro sagrado do Islã, na região central do Paquistão, e dúzias de pessoas foram presas, afirmaram a polícia e autoridades neste domingo.
O primeiro-ministro Imran Khan ordenou medidas contra a multidão e qualquer policial que tenha sido espectador do assassinato.
"Lidaremos com o linchamento com toda a severidade da lei. Temos tolerância zero com qualquer um que faz justiça com as próprias mãos", disse, em comunicado.
Um porta-voz do governo afirmou que mais de 60 pessoas suspeitas de terem se envolvido com o linchamento foram presas, acrescentando que mais suspeitos estavam sendo identificados por meio de vídeos nas redes sociais filmados pelos moradores de Tulamba, no distrito de Khanewal.
A multidão se reuniu em uma mesquita na noite de sábado, após o filho do seu líder de orações anunciar que havia visto o homem queimando as páginas do livro sagrado, disse o policial Munawar Hussain à Reuters.
A polícia encontrou o homem inconsciente e amarrado a uma árvore, disse Hussain, acrescentando que a multidão também atacou a polícia.
"Os moradores armados com bastões, machados e barras de ferro o mataram e penduraram seu corpo em uma árvore", disse Hussain.
Ele disse que as evidências reunidas até agora pela polícia sugerem que o homem morto, identificado como Muhammad Mushtaq, estava na casa dos 50 anos e parecia ter deficiências mentais.
(Escrita por Asif Shahzad; edição de Frances Kerry)