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Europa

Ucrânia: rebeldes ignoram cessar fogo e atacam tropas

Presidente ucraniano fez anúncio de trégua nesta sexta-feira, por uma semana, mas avisou que cessar-fogo "não significa que a Ucrânia não revidará agressões contra suas tropas",

21 jun 2014 - 09h35
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<p>Separatistas pró-Rússia em Donetsk, no leste da Ucrânia, onde o conflito continuou apesar do plano proposto por Kiev</p>
Separatistas pró-Rússia em Donetsk, no leste da Ucrânia, onde o conflito continuou apesar do plano proposto por Kiev
Foto: AP

Grupos separatistas no leste da Ucrânia realizaram nas últimas horas uma série de ataques contra tropas do governo central, apesar do anúncio de um plano de paz e cessar-fogo unilateral anunciado na sexta-feira pelo presidente do país.

Segundo informações oficiais, pelo menos seis soldados morreram e outros ficaram feridos em ataques nas regiões de Donetsk e Luhanks, que fazem fronteira com a Rússia.

Em Donetsk, os separatistas atacaram tropas ucranianas do lado de fora do aeroporto de Kramatorks, e em Luhanks, a ofensiva obrigou soldados ucranianos a abandonarem o posto de vigilância de Izvaryne.

As tensões continuaram exacerbadas apesar do anúncio, na sexta-feira, de um cessar-fogo unilateral de uma semana e um plano de paz por parte do presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

Ao anunciá-lo, o presidente ucraniano alertou que a trégua "não significa que a Ucrânia não revidará agressões contra suas tropas", mas dará tempo para os rebeldes se desarmarem.

"Faremos de tudo para proteger nosso território", disse o presidente ucraniano.

O plano de paz inclui 14 medidas, entre elas o desarmamento no leste, a descentralização desta região e uma eleição parlamentar local a ser realizada em breve.

O plano prevê também a criação de uma zona desmilitarizada de 10 km na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, e de um corredor de segurança para que os separatistas pró-Moscou deixem as áreas de conflito.

Rússia

Porém, o ministro russo do Exterior, Sergey Lavrov, acusou a Ucrânia de acelerar as ações militares no leste do país, e de dar aos separatistas um ultimato sem prometer negociações.

O cessar-fogo foi estabelecido um dia depois da segunda conversa travada entre Poroshenko e o presidente russo, Vladimir Putin.

O correspondente da BBC News em Kiev, David Stern, disse que a Rússia tem enviado "sinais contraditórios" em relação ao plano.

O porta-voz de Putin, Dmitriy Peskov, afirmou que o presidente ordenou que medidas fossem tomadas para "fortalecer as fronteiras russas". Porém, ele negou que o país tenha enviado milhares de soldados para a área de fronteira.

Ao discutir o plano de paz com Poroshenko, Putin disse ter esperança que seria dada prioridade "à resolução dos problemas que levaram aos protestos no leste da Ucrânia", informou o Kremlin num comunicado.

A Ucrânia vive conflitos internos e um clima de tensão com os russos desde que o presidente Viktor Yanukovych, que era próximo de Moscou, foi deposto e a península da Crimeia foi anexada pela Federação Russa.

Yanukovych havia se recusado a assinar um acordo comercial com a União Européia em prol de uma aproximação com a Rússia.

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