Prefeita atribui maior incêndio do verão na França à ação humana: 'irresponsabilidade das pessoas'
O maior incêndio do verão francês em 2025 continua avançando nesta quarta-feira (6), deixando um rastro de destruição. As chamas já consumiram uma vasta área verde em 15 municípios da região de Aude, no sul do país, provocando vítimas e forçando centenas de moradores a abandonar suas casas.
O maior incêndio do verão francês em 2025 continua avançando nesta quarta-feira (6), deixando um rastro de destruição. As chamas já consumiram uma vasta área verde em 15 municípios da região de Aude, no sul do país, provocando vítimas e forçando centenas de moradores a abandonar suas casas.
O incêndio ocorre na renomada região vinícola de Corbières. A prefeita da localidade de Fabrezan, Isabelle Géa, lamentou a devastação em seu município, que já havia enfrentado um incêndio de menores proporções em 2021, e apontou uma possível causa. "Tenho lágrimas nos olhos porque as notícias não são boas. Tenho medo de ir ver os estragos (...) É um desastre, uma catástrofe para nossos territórios (...) O que me deixa furiosa é a irresponsabilidade das pessoas", desabafou em entrevista à emissora de rádio Ici Roussillon.
"Os incêndios têm origem criminosa ou acidental, mas os casos acidentais geralmente resultam da falta de responsabilidade das pessoas", afirmou Géa, referindo-se a motoristas que jogam pontas de cigarro nos acostamentos, apesar das campanhas de prevenção.
As investigações para apurar as causas do incêndio ainda estão em andamento, mas alguns indícios apontam para origem humana, segundo o porta-voz da Guarda Nacional, Erwan Coiffard.
"O incêndio começou aparentemente às margens de uma estrada (...) A origem humana ainda precisa ser confirmada, mas há poucas dúvidas sobre ela", disse Coiffard em entrevista à emissora pública France Info.
Prejuízo ambiental e humano
O combate às chamas vem mobilizando o poder público e a população. Nesta quarta-feira (6), o primeiro-ministro François Bayrou e o ministro do Interior, Bruno Retailleau, visitam a localidade.
"Gostaria de expressar todo o meu apoio às equipes envolvidas, aos representantes administrativos e locais e à população afetada pelo desastre. Nestas condições de risco, peço a todos que respeitem as instruções das autoridades locais", escreveu Retailleau em sua conta no X, ainda na terça.
O fogo começou depois das 16h de terça-feira, em Ribaute, por razões ainda desconhecidas, e já atingiu mais de 16 mil hectares de área verde em 15 cidades. Além disso, 25 casas e 35 veículos ficaram destruídos ou danificados. Uma mulher morreu e outras 13 pessoas ficaram feridas, segundo balanço das autoridades locais.
A vítima fatal, de 65 anos, teria se recusado a deixar sua residência na noite de terça-feira, conforme relatos de vizinhos. Ela morava em Saint Laurent de la Cabrerisse, a 30 km de Narbonne. O imóvel foi completamente consumido pelas chamas, assim como diversas casas nos arredores.
"Estou tentando colocar tudo em perspectiva. No fim das contas, tive apenas danos materiais", disse um morador cuja casa não foi atingida diretamente pelas chamas - o fogo chegou a alcançar o jardim, mas não comprometeu a estrutura do imóvel.
Na tarde desta quarta-feira, mais de 2.500 residências estavam sem energia elétrica, enquanto centenas de moradores evacuados pelos bombeiros ainda não tinham autorização para retornar às suas casas.
O incêndio seguia ativo, e as condições climáticas - marcadas por seca intensa, calor extremo e ventos fortes - tornavam desfavorável qualquer perspectiva de retorno rápido à normalidade, segundo autoridades regionais.
Cerca de 2 mil bombeiros, apoiados por 500 veículos, estão envolvidos no combate às chamas, apoiados por diversos aviões bombardeiros de água.
(Com AFP)