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Europa

Migrantes resgatados são recebidos sob protesto na Itália

Grupo de 370 deslocados desembarcou na ilha de Lampedusa

30 ago 2020 - 10h16
(atualizado às 10h24)
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Um grupo de 370 migrantes e refugiados resgatados no Mediterrâneo desembarcou na madrugada deste domingo (30) na ilha italiana de Lampedusa, em meio a um protesto de ativistas de extrema direita.

Foto: Reuters

O grupo inclui 33 menores de idade e 13 mulheres e estava em um barco superlotado socorrido a cerca de 4 milhas náuticas da ilha por embarcações da Guarda Costeira e da Guarda de Finanças.

Cerca de 10 habitantes de Lampedusa, liderados pela senadora Angela Maraventano, do partido de extrema direita Liga, protestaram contra a chegada dos deslocados internacionais, exibindo uma faixa com a frase "Chega de migrantes".

"Estamos cansados, eles devem ser repatriados imediatamente. Impediremos com todas as nossas forças que eles passem", declarou Maraventano, que não conseguiu impedir o desembarque.

Como o centro de acolhimento da ilha já abriga 1.160 pessoas, cerca de 10 vezes sua capacidade, os migrantes foram levados para um abrigo gerido pela Igreja Católica.

"O Estado não existe em Lampedusa. Estamos diante de uma situação impossível de se administrar", disse o prefeito Totò Martello, ameaçando realizar uma greve na ilha se o governo não ajudar.

"Alguém pode lembrar a Conte [primeiro-ministro da Itália] que Lampedusa é italiana?", ironizou. O governador da Sicília, Nello Musumeci, de extrema direita, chegou a anunciar o fechamento de todos os centros de acolhimento da região, mas, como não tinha competência para isso, a Justiça anulou sua decisão.

Lampedusa, que integra a região da Sicília, é a principal porta de entrada para migrantes forçados e refugiados no país, já que fica mais perto do norte da África do que da Península Itálica.

Desde o início do ano, a Itália já recebeu 17.985 deslocados internacionais via Mediterrâneo, segundo o governo. Isso representa um crescimento de 270% em relação ao mesmo período do ano passado. Mais da metade é proveniente de dois países: Tunísia (7.581), no norte da África, e Bangladesh (2.803), na Ásia.

Ainda assim, os números estão longe do auge da crise humanitária no Mediterrâneo Central. Em 2016, pico da emergência migratória, a Itália acolheu 181,4 mil deslocados internacionais resgatados no mar. .

Ansa - Brasil   
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