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Europa

Jeremy Corbyn, o líder que devolveu o Trabalhismo à social-democracia

5 jun 2017 - 19h44
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Independentemente do resultado das eleições gerais desta quinta, o veterano político Jeremy Corbyn constará na história do Partido Trabalhista do Reino Unido como o líder que recolocou a legenda no espectro da social-democracia, após a guinada à direita de Tony Blair.

Reeleito duas vezes pelas bases para dirigir o partido, em 2015 e 2016, Corbyn, de 68 anos, conseguiu fazer arraigar sua tradicional ideologia socialista, apesar da oposição de boa parte do seu grupo parlamentar.

O deputado pelo distrito londrino de North Islington - o qual representa desde 1983 - é candidato nesta eleição com o manifesto mais esquerdista desde os anos 80, que inclui a reestatização de serviços públicos privatizados e medidas contra a austeridade.

Suas ideias, como a de eliminar os contratos precários e tornar a universidade gratuita, tiveram boa acolhida entre o eleitorado jovem, e levaram a mais de meio milhão o número de filiados ao Partido Trabalhista, além de apoio nas redes sociais e através do grupo militante Momentum.

Ainda que seus críticos o acusem de defasado, ele conta nesta campanha com o apoio de vários artistas, como o cineasta Ken Loach, também veterano socialista.

Corbyn floresceu durante a campanha com o contato direto com os cidadãos como seu ponto forte, após um ano e meio sendo ridicularizado na imprensa e sofrendo várias tentativas de destituição por parte de seus colegas na Câmara dos Comuns.

As três décadas como deputado rebelde - votou mais de 500 vezes contra a linha oficial, especialmente com os governos de Blair e Gordon Brown - lhe dificultaram impor sua autoridade entre os parlamentares.

Fã de bicicleta, vegetariano e abstêmio, Corbyn viu crescer o apoio a algumas de suas causas, como o desarmamento nuclear, a posição contra a ocupação da Palestina por Israel e favorável a governos bolivarianos na América Latina, região pela qual se diz apaixonado.

Jeremy Bernard Corbyn nasceu em Chippenham, no condado inglês de Wiltshire, no dia 26 de maio de 1949, sendo o quarto filho de um casal de pacifistas. O pai, David, era engenheiro eletricista, e mãe, Naomi, professora de matemática. Um de seus irmãos é o famoso meteorologista britânico Piers Corbyn.

Jeremy não terminou seus estudos universitários na Politécnica do norte de Londres e, após trabalhar para vários sindicatos, em 1974 entrou na política ao ser escolhido vereador em Haringey, onde permaneceu até sua eleição para a Câmara dos Comuns. Lá, conheceu sua primeira esposa, Jane Chapman, com quem foi casado até 1979.

Foi a campanha contra o ditador chileno Augusto Pinochet que o uniu em 1987 a sua segunda esposa, a exilada chilena Claudia Brachitta, de quem se divorciou em 1999 e com quem tem três filhos.

Segundo alguns tablóides, ambos, que têm boa relação, se divorciaram por causa da insistência dele em colocar os filhos não em uma escola particular, mas em uma pública.

Corbyn, que fala fluentemente espanhol, se casou em 2013 com a mexicana Laura Álvarez, que dirige um negócio de importação de café de comércio justo.

Comprometido com justiça social, ele fez parte ou milita em várias organizações de ativismo político.

Amante da literatura ibero-americana, Corbyn é também muito fã de críquete e, no futebol, torce para o Arsenal.

Ainda que perca as eleições, este moderno "político antiquado" já disse que não pensa em se aposentar, pois seu plano é continuar lutando pela social-democracia, causa pela qual dedicou toda sua vida.

EFE   
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